Fluminense 0 x 1 Corinthians (por Edgard FC)

Dia cheio com celebrações de minha afilhada Giovana e lançamento da trilogia de Osmar Lage, organizada pelo ímpar Paulo Andel: “Futebol em milhares de palavras”. Dia grande, agitado, embora com calmarias tranquilas, típicas de taquicardias.

O jogo mal começara e fomos atacados com a notícia da passagem do tricolor e gênio Hermeto Pascoal, desses que a morte leva e depois chora com pena.

Como não lembrar de seu conterrâneo e colega de equipe Argeu Breda, também tricolor e alagoano? Como não lembrar das intermináveis noites na Lona Cultural de Bangu, que leva o nome dele, que é um dos maiores músicos que esse mundo teve a honra de receber?

O jogo, por óbvio, ficou em segundo, terceiro, quiçá quarto plano, mesmo porque o clube também o tratou assim, mandando à campo uma escalação mais que reserva, escalafobética.

A primeira finalização, que mais pareceu um recuo para o goleiro adversário, veio após trinta minutos de pelada, daquelas que abastecem de sono nossas mentes e corpos cansados.

O jogo poderia ser divertido, intenso, ter nuances de competição, mas não, mais parecia aquele protocolo fantasma, apenas para não deixar transparecer que cada cidadão e cada capataz queria mesmo era estar na esbórnia, com um bourbon, uma dose ou sei lá nas mãos, agarrados a um amor, desses que não podemos injeitar.

Ainda bem que optei por ouvir um bom rock and blues, enquanto olhava o que os rapazolas faziam no Maracanã através de uma tela plana, dessas que infestaram nossas casas e lojas, em nome da modernidade.

Segundo tempo decorrido, mais da metade de seu tempo e a sensação que passa é que todo mundo hoje queria uma massagem tailandesa, mas sem final feliz, pois se teve finalização, nenhuma dela quis de fato acertar o alvo.

A coisa mais medonha é pensar que esse confronto pode ser a final da Copa do Brasil no final deste ano, pois Fluminense e Corinthians estão, cada qual em uma ala da semifinal.

Uma cobrança de falta para o Corinthians, quase da intermediária, abriu e definiu o placar da partida, pouco mais de trinta de jogo no segundo tempo, em um a zero para os rapazes adestrados por Dorival Júnior frente ao grupo adorado e adulado Renato Portaluppi.

No fim, mais valeria ter feito outra coisa. No meu caso, ainda bem que decidi dividir a atenção do jogo com um belo recital de rock and blues, me deliciando com tijoladas de Deep Purple, Rage Against the Machine, Jimi Hendrix e muito mais.

A nota triste ficou mesmo pelo desembarque de Hermeto e pela derrota tricolor, que não podemos dizer ser uma surpresa.

Comentário