Fluminense 0 x 0 Unión Santa Fe (por Paulo-Roberto Andel)

Para quem tinha visto as partidas do Fluminense contra Cuiabá, Junior, Vila Nova e Internacional, a atuação insossa diante do Santa Fe não constituiu qualquer surpresa. Ganhando, empatando ouou perdendo, o Tricolor mantém sua falta de padrão de jogo, somado a escalações extraterrestres e substituições que beiram o inacreditável.

Quando eu e vários colegas apontamos aqui os erros que já começaram na montagem do elenco da temporada, não faltaram marionetes para dizer “Vocês torcem contra”, “Isso é política contra a maior gestão de todos os tempos”, “Já agradeceram ao presidente pelo título?” e outras asneiras que só convencem pessoas com claras limitações mentais. Nada fizemos além de dizer o óbvio. Comemorar o Carioca sobre o rival foi ótimo, mas não podia mascarar as inúmeras falhas que se acumulam ao longo da temporada.

Alguém realmente achava que uma “construção” tática com Wellington e Caio Paulista daria algum efeito positivo? Ou que a entrada de Fred dá ofensividade e mobilidade ao ataque? Troca Arias por Luiz Henrique quando deveria jogar com os dois? A única coisa que Abel está conseguindo é rasgar a paixão de anos que a torcida nutre por ele. Ganso seria o salvador da pátria, mas não foi bem. Nino foi a estrela solitária.

O fato: depois de mais uma atuação bizarra e um péssimo resultado à vista, nos acréscimos o Flu conseguiu um pênalti conturbado com Fred. Deu tumulto e merderê por minutos e minutos, sem VAR. A paixão da torcida por seu maior ídolo no século XXI acaba aliviando uma situação de anos: Fred já perdeu trocentos pênaltis pelo Flu. E aconteceu mais uma vez, com boa defesa do goleiro argentino Mele. Aos que se sentem ofendidos com a afirmação sobre os trocentos pênaltis perdidos, basta pesquisar e constatar.

O Santa Fe queria o empate e saiu muito satisfeito. É um time modesto, fundado em 1907, que jamais foi campeão argentino na primeira divisão. Nesta terça, teve como destaques os jogadores Machuca (volante) e Polenta (zagueiro).

O Fluminense, proclamado favorito à Libertadores por seu showman de vestiário, está seriamente arriscado de eliminação na fase inicial da Copa Sul-americana. O Aloisio escreveu por aqui sobre a abóbora tricolor, já era uma fotografia exata. Ah, sim: para o renomado comentarista Rafael Marques, o pior em campo foi Fred.

Entendam de uma vez por todas: cobrar melhores atuações e resultados não é torcer contra, mas a favor do Fluminense, de sua história e seu tamanho. Quem torce contra é torcedor de dirigente. É puxa saco ou vassalo de dirigente.

Os xingamentos da torcida na arquibancada ainda estão muito leves.