Para o Fluminense, agora é tudo ou nada! (por Aloisio Senra)

SEJA LUZ PARA O LUIZ. COLABORE.

Tricolores de sangue grená, o Fluminense sagrou-se, com justiça, campeão estadual depois de 10 anos sem um título sequer de relevância, com direito a duas porradas sobre a Dissidência, uma delas praticando futebol incontestavelmente superior. Todos ainda estamos anestesiados pela taça, e é justo que estejamos. Mas, pensando no longo prazo e na Copa Sul-Americana que começa nesta quarta (além das demais competições que terão início em abril), o que esse título significa para o Fluminense? Nada e tudo.

Nada, se considerarmos o retrospecto de alguns clubes que são campeões estaduais e se fiam nisso para ter um ano péssimo, sem outras conquistas, ou, até pior, com rebaixamento na conta. Este último não acredito que será nosso caso, mas é sempre bom abrir o olho.

Tudo, se considerarmos a importância simbólica principalmente deste título para as novas gerações de tricolores que nunca tinham visto o Fluminense ser campeão nem de porrinha. O fato de termos aparentemente “achado” uma equipe nos últimos jogos com o maestro Ganso jogando pra caralho também nos dá esperanças de que ao menos um outro título possa vir a reboque.

Nada, se esse título servir para a reeleição do atual gestor e seus asseclas, que continuarão priorizando os rivais na hora de vender ingressos, que continuarão trazendo jogadores sem condições de jogar no Fluminense por valores vultosos e ainda terem a defesa desses absurdos praticada por influencers e “jornalistas” tricolores, além do apoio cada vez mais crescente da ala marginal de algumas Torcidas Organizadas, que pelo visto viram em Bittencourt seu filão.

Tudo, se considerarmos que mesmo com isso tudo a torcida parece começar a se conscientizar e a entender quem é quem, vide os sonoros conselhos para o que o mandatário deveria tomar após o título conquistado. As pavonices finalmente encheram o saco. Ainda há muito a melhorar em relação à idolatria instantânea bizarra a certos jogadores, mas ao menos nas urnas podemos ter alguma esperança de mudança do quadro atual, nem que seja para que Bittencourt se mexa e faça algo de positivo.

Por fim, tricolores, esse foi um título que não apenas ficará na história, mas, se tudo der certo e nada der errado, marcará um reinício para o Fluminense campeão de outrora, respeitado mundo afora, revelador de craques e de camisa entortadora de varais, e a decadência do Fluham pedinte, satisfeito com participações modestas em competições e reduto das negociatas escusas e armações ilimitadas. A tendência é que a torcida, com esse título, se torne mais exigente e passe a não aceitar mais a mediocridade calada. Temos finalmente uma chance para virar o jogo. Agora é tudo ou nada.

Curtas:

– O Flu estreia nessa quarta contra o Oriente Petrolero no Maracanã, e se você ainda não comprou o seu ingresso e tem condições de ir à partida, pare de perder tempo. A Sula é um título que não temos e dá vaga direta para a Libertadores. Tá na hora de papar essa copa.

– No fim de semana (esqueci o dia, julguem-me), pegamos o Santos no Maracanã pela estreia no Brasileirão 2022, competição que, se não entramos como favoritos, também não somos cachorro morto. Temos que brigar pelo título até que ou não dê mais ou que sejamos campeões.

– Cris Moldávia é um case de hecatombe. Fraquíssimo, joga nada, mas parte da torcida já o ama por alguma razão. Vai entender…

– Palpites para as próximas partidas: Fluminense 3 x 0 Oriente Petrolero, Fluminense 2 x 0 Santos.