BICAMPEÃO Fluminense 4 x 1 Flamengo (por Edgard FC)

Olé, olê, olé, ao fim da partida, após o chocolate entregue, a torcida foi ao êxtase em dia esplendoroso.

Ver o Fluminense empacotar o rival histórico como se fosse um mero embrulho das Casas Bahia, não tem preço.

Tendo de reaver um prejuízo de dois a zero, o Tricolor não mediu esforços, se atirou ao ataque, como o de Pearl Harbor, doutrinou o adversário em seu próprio manto, envolveu, fez de gato e sapato, mesmo tendo Felipe Melo, perigosamente entre os onze.

Em jogada magistral de Marcelo, curtindo uma de atacante, como um infante, girou com a bola, deixou Gerson no chão ensaiando um rabo-de-arraia e despachou a gorduchina para escapar das mãos de Aderbar e beijar a bochecha da rede, abrindo o placar e pedindo calma e inteligência aos companheiros, pois ainda tinha muito o que fazer.

Antes do gol, o Fluminense quase abriu o placar com bela jogada do mesmo M12, em passe para Alexsander, com o pé direito, finalizar na trave do goleiro Santos. O ex-merengue ainda tentou pegar o rebote, mas Leo Pereira chegou antes e colocou para escanteio.

As pedidas rubro-negras eram prontamente negadas, o Fluminense não estava para brincadeiras, muito concentrado e focado na partida, o esquadrão das Laranjeiras, hoje abrigado na Cidade de Deus, continuou oprimindo os urubus em seu retiro espiritual.

Após Keno arrancar bem pela esquerda, enxergou Ganso que, de pronto, acionou Germán Cano, o artilheiro do Cariocão ganhou as costas da defesa e sem titubear colocou lá dentro, a bola cuidadosamente tocou na trave e lambeu o barbante.

Na primeira etapa, o Flamengo ainda teve uma chance com Pedro, tentando um velocípede, enquanto Alexsander quase ampliou em belo passe de Ganso para que ele driblasse um adversário e parasse nas mãos do goleiro flamenguista.

Na volta do intervalo, o adversário fez duas mudanças: saíram Gabriel Barbosa e Leo Pereira para as entradas de Matheus França e Éverton Ribeiro.

Com mais poder de fogo, o adversário quase marcou, mas Fábio estava em noite gloriosa, não deixaria acontecer o desastre.

O terceiro do Fluminense veio de um pênalti: em lance revisado pelo VAR, Bruno Arleu – o árbitro da partida – foi chamado para rever o lance, marcou o penal, mas não retirou o cartão amarelo dado a Marcelo na sequência da jogada; os entendidos disseram ser protocolo. Triste.

Cano pegou a bola, abençoado por Arias, bateu e perdeu, o goleiro Santos defendeu, mas Germán não desistiu e correu para o rebote, fez de carrinho o gol que colocou o Fluminense na frente pela primeira vez no confronto, acumulando o score do jogo de ida, agora o Flu vencia pelo marcador histórico de três a dois.

No decorrer do jogo, Felipe Melo ensaiou entregar, uma vez cedendo um contra-ataque ao adversário e outra levando um lençol de Matheus França. Noa lance ele ainda se jogou e quase derrubou o mancebo dentro da área, mas o jovem flamenguista ficou de pé e tentou a finalização, prontamente abafada pelo Fábio, em lance que deixou o Conde todo garboso e orgulhoso, desde sua sauna, a curtir um bom uísque de malte enquanto comemorava, já antecipado, o Bi Carioca.

Ainda tinha mais: em lance de boa arrancada, Cano inverte a bola para Guga, o substituto de Samuel entrou e bateu para defesa do goleiro, no rebote, Cano tentou cavar um penal, mas Alexsander encheu o pé, finalizou sem chances e estufou o filó do Maracanã, entregando um chocolate nessa páscoa ao Clube de Regatas.

Após o quatro a zero, o Fluminense recuou e tentou fazer o tempo passar, enquanto o adversário foi para o tudo ou nada. Somente no finalzinho, após alguns entreveros, Ayrton Lucas recebeu a bola invertida dentro da área e chutou no canto para fazer o de honra do arquirrival. Quatro a um, mesmo placar da ‘noite do créu’.

Mas nada tiraria o título das mãos de Nino, André, Cano, Ganso, Arias, Diniz e companhia. Nada poderia evitar que Andel, Sussekind, Horta e outros tantos amigos explodissem de alegria nas arquibancadas do Maracanã. Akin Tesla não poderia ver seu papai, este que vos escreve, ficar triste após mais um Fla-Flu. A maior goleada sobre o Flamengo em uma final de campeonato, deixando felizes os filhonenses Ariel, Ayrà e Nara, além de Tesla.

Uma virada sensacional, coisas que o Fluminense costuma proporcionar à sua torcida.

“Eu vim falar de uma paixão que vem de dentro, um sentimento verde, branco e grená”
“Tricolor minha paixão, te levarei no peito, desde o berço até o caixão”