Flu mostra que não entende nada de marketing contra Dissidência (por Marcelo Savioli)

Amigos, amigas, o Fla-Flu de hoje não correspondeu às expectativas. Diante do histórico recente, esperávamos, nós e eles, um massacre rubro-negro, que até ameaçou se configurar ali pelos primeiros 10 minutos.

O árbitro marcou um pênalti para eles em lance até duvidoso, mas o VAR anulou. Quem diria? Num momento em que nosso time era envolvido completamente, mas eis que Luís Henrique faz um lance descomunal pela esquerda, ridicularizando três adversários, e erra bisonhamente na conclusão.

Foi a forma que o Fluminense encontrou de dizer que isso é Fla-Flu. Muita catimba, muito disse-me-disse, e o futebol deles acabou no primeiro tempo. William quase marca numa jogada de força da nossa linha ofensiva. O goleiro deles fez uma defesa espetacular. É Fla-Flu.

Felipe Melo faz intervenção espetacular em lance que seria gol da Dissidência e sai vibrando com um louco. Vira ícone. Yago, se jogasse todas as partidas de sua vida como joga os Fla-Flus, seria um dos maiores jogadores do mundo. É a encarnação sabe-se lá de que, mas é muito bom de se ver. Ele e André portaram-se como Deuses, não tanto quanto Nino, um dos maiores zagueiros do mundo na atualidade. O que joga bola esse tal de Nino!

Mais posse de bola para eles, mas nós tínhamos recursos e incomodávamos. Essa história a gente já conhece. E esperávamos ansiosos a hora do gol, que não vinha. Calegari entra no segundo tempo infernizando o jogo, mas logo acaba expulso num entrevero contra o atleta da dissidência, um tal Vitinho, acabando os dois acertadamente expulsos, mais o deles do que o nosso.

Entraram Cano e Árias. O time ficou mais leve, mas foi justamente quando ficamos mais espremidos em nossa intermediária. O time deles é bom, mas talvez tenha um problema patológico quando enfrenta as três cores. Talvez a psicologia resolva. São 5 vitórias e um empate em sete jogos. Talvez seja o tamanho do Fluminense.

Jogo catimbado e Árias acerta cabeçada formidável para colocar a bola no barbante. A bola no barbante, o pesadelo da Dissidência. John Árias, o cara de duas vitórias magras no Flamengão 2022. Falando em Flamengão, antes teve o gol anulado de Gabigol. Gol bem anulado, mas no Photoshop. Imagine se fosse sempre assim, como seria o tamanho da credibilidade do nosso futebol.

O Fluminense jogou sua melhor partida convencendo. Não pelo futebol em si, mas porque teve um grande adversário. Pela segunda vez seguida, mesmo longe de ser brilhante, Cristiano da Moldávia mostrou recursos, como uma caneta desqualificante no adversário.

O Fluminense, contrariando as melhores práticas de Marketing, decidiu que o freguês não tem razão. Mas os milhões de clientes fiéis adoraram o que viram. Então, não se pode recriminar a vitória tricolor. Não se pode, afinal, agradar a todos. Eles precisam, os dissidentes, superar seus traumas, mas eu não acredito que seja possível, porque a camisa tricolor é uma assombração eterna.

Cano tem que ser titular. Calegari tem que ser titular. Tirando isso, são questões táticas, que precisam ser debatidas. O importante é que o Fluminense, com todos os seus defeitos, que são crônicos, mostrou hoje que não está para brincadeira. Não é o que a gente mais espera, mas tem uma carinha de Fluminense.

Temos, hoje, que elogiar o trabalho do Abel, que colocou em campo um time combativo e ainda acertou nas substituições, colocando, no segundo tempo, a trica de ferro, com Martinelli, André e Yago, que tanto pode ser defensiva, como pode ser extremamente ofensiva, dependendo do momento e do entorno.

Vamos nós tentando analisar o progresso do trabalho atual, com todas as críticas, que são óbvias e estão na boca da torcida, mas parando para respirar e saborear mais uma vitória num Fla-Flu. Longe de achar que isso seja um propósito, porque o Fluminense é muito maior do que ganhar um Fla-Flu. O Fluminense tem que ser protagonista no Rio, no Brasil e no mundo. Qualquer coisa diferente disso é uma não conformidade.

Mas que fique claro que o freguês nem sempre tem razão. Aqui, particularmente, não tem nunca!

Saudações Tricolores!