E tínhamos de jogar a volta contra o Flamengo pela Copa do Brasil, como visitantes, mesmo no Macaranã semi-lotado, para receber o grande clássico do futebol mundial.

Sentindo demais as ausências de Alexsander e Keno, além de Marcelo, o time do Fluminense não vem conseguindo ter soluções ou mesmo alternativas. Até porque no elenco não as temos â curto prazo, e os jogadores da base não foram decentemente integrados ao esquema.

Uma noite triste, mas que reflete bem o que já era sabido: o planejamento do Fluminense continua sendo não ter planejamento (Caminante, no hay camino se hace camino al andar, como disse Antonio Andaluz). O elenco segue sendo montado ao sabor dos negócios e não focado no que o clube e o time necessitam para romper as divisas da mesmice e da mediocridade.

O Tricolor buscou controlar o jogo com a posse de bola, mas nunca agrediu o adversário que, ao contrário, foi se aprochegando sorrateiramente até surrupiar o placar em seu favor: um a zero, após a defesa afastar uma tentativa, Gerson fez lançamento direita, a bola cruzou o céu tricolor e encontrou Fabricio Bruno livre para fazer assistência de cabeça até a cuca de De Arrascaeta, Fábio só ficou observando a bola indo, vindo e entrando no gol.

Antes disso o Fluminense tivera uma chance em escanteio cobrado por Ganso, Nino desviou para que Cano, livre, isolasse a bola por cima da goleira de Matheus Cunha.

Com o revés no placar, o Fluminense tentou tresloucadamente acelerar o jogo, mas sem sucesso até o intervalo.

Na volta para o segundo tempo, Pirani sucedeu Guga, de improviso a improviso a lateral esquerda segue sendo muito mal ocupada e, de certa forma, abandonada a própria sorte, uma vez que os contratados desta temporada, Jorge segue lesionado e Marcelo segue sendo poupado, isso tomando a versão oficial do clube com auxílio da assessoria de imprensa não declarada.

O Fluminense tentava acelerar o jogo mas não conseguia criar uma chance nítida sequer, e em um dos tantos contragolpes (como vive o Brasil há séculos), o Flamengo chegou ao segundo e derradeiro gol. Éverton Ribeiro que entrara nessa segunda etapa, rolou para Wesley, o gajo rubro-negro foi ao fundo e cruzou rasteiro para trás, Cebolinha chutou a bola desviou mas sobrou para Gabriel Barbosa sozinho finalizar de dentro da área, classificando a equipe que melhor se aprumou nos cento e oitenta mais tantos minutos de acréscimos dessa decisão.

Agora somamos cinco jogos sem fazer o ‘éle’, sem gritar ‘tá lá dentro’, sem comemorar um golzinho chorado que seja, nessa sequência um empate e quatro derrotas, o que tira o brilho dos olhos e a vontade de acreditar em resultados maiores que uma conquista de estadual, com uma bela participação especial nas demais competições de gente grande.

O planejamento, mais uma vez, parece o ser um velho conhecido: o de correr para não chegar. Só para esta competição que acabáramos de ser eliminados, contratamos dois jogadores, esses dias, que não poderiam nos ajudar, pois já haviam jogado por outras equipes a mesma competição; são eles Lelê, que defendeu o Volta Redonda, e Thiago Santos, que figurou no Grêmio.

Como diria alguém, em algum lugar do mundo: agora é lamber as feridas, juntar os cacos. Mas será que a ferida fechará? E os cacos, quando ajuntados, o que serão?

Não sei dizer, só sei que, com o elenco montado, o temor da janela de transferências (pior momento para este que digita desbragadamente) aliado a ausência de senso crítico geral, do presidente ao faxineiro, nosso porvir seguirá nas mãos do acaso. Que ao menos ele nos proteja, se andarmos distraídos.

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Serviço do jogo:
Flamengo 2 x 0 Fluminense
Copa do Brasil – Oitavas-de-final (jogo de volta)
Maracanã, Rio de Janeiro-RJ
Quinta-feira, 01/06/2023, 20:00h (Brasília)
Árbitro: Rafael Claus (FIFA/SP)
Cartões amarelos: Guga 21’, Manoel 38’, Lima 74’ (Fluminense); David Luiz 441, Gabriel Barbosa 45’+2’ (Flamengo)
Gols: De Arrascaeta 33’ e Gabriel Barbosa 90’+1’ (Flamengo)

Flamengo: Matheus Cunha; David Luiz, Léo Pereira (Everton Ribeiro 58’) e Fabrício Bruno; Wesley, Erick Pulgar, Thiago Maia, Gerson (Victor Hugo 85’) e Ayrton Lucas; De Arrascaeta (cebolinha 76’) e Gabriel Barbosa©. Téc.: Jorge Sampaoli. 3-5-2

Fluminense: Fábio; Samuel Xavier (Alan 87’), Manoel (Arthur 70’), Nino© e Guga (Gabriel Pirani 46’); André, Martinelli, Lima (John Kennedy 78’) e Ganso (Isaac 87’); Jhon Arias e Germán Cano. Téc.: Fernando Diniz. 4-4-2