Amigos, amigas, o Fluminense vem tratando o Campeonato Brasileiro nos últimos anos de forma indecorosa e mesquinha. Entramos na competição com a visão muito clara e evidente de tão somente participar. A falta de ambição no jogo de hoje, um Fla-Flu, foi o sintoma claro dessa realidade.
A vitória era necessária para sustentar nossa ambição pelo título. A necessidade da vitória não se confunde, porém, com desatino. Ainda que a escalação de Renato fosse extravagante, com três zagueiros, Canobbio e Everaldo fazendo dupla de ataque, Bernal à frente da zaga, algo que ninguém entendeu, a ideia de tirar a velocidade do jogo no último terço do campo ofensivo rubro-negro funcionou na primeira etapa. Os dissidentes não ameaçaram o gol de Fábio e o Fluminense esteve o tempo todo mais próximo do gol, mesmo que a distância fosse daqui ao Japão.
Marcávamos em linha baixa e tentávamos explorar os contragolpes nas roubadas de bola, mas o problema é que não tínhamos configuração tática para fazer isso. Era, então, um jogo de xadrez, de tal modo que os dois treinadores nada mudaram no intervalo, de modo que o jogo continuou igual ao longo da segunda etapa. Partida morna, mas cheia de expectativa acerca de quem faria o movimento definitivo.
Ele veio quando Felipe Luís colocou Pedro em campo. No primeiro lance, já por volta dos 38 ou 39 minutos, Pedro fez jogada brilhante, se livrou do zagueiro e obrigou Fábio a fazer sua segunda defesa no jogo, mandando a bola a escanteio, que acabou culminando no gol do próprio Pedro, após desvio na primeira trave.
Gol que acabou premiando a Dissidência como o time que buscou a vitória, mesmo sem inspiração alguma durante os 90 minutos. O que era uma aparente tática inteligente do Fluminense no primeiro tempo, se revelou covardia no segundo, acarretando nossa terceira derrota seguida, sem que Renato se desse conta de que o segundo tempo da partida contra o Cruzeiro apontava o caminho para um Fluminense digno de ser assim chamado.
Uma jornada decepcionante na noite desse domingo. Nem vou dizer que nos custou o Campeonato Brasileiro, com apenas 14 rodadas, porque ficou claro que essa competição não está na nossa mira, o que revela um pensamento pequeno e mesquinho, que nada tem a ver com Fluminense. A Copa do Mundo passou, foi lindo, estamos orgulhosos, mas é hora de encaramos a realidade. Renato não é gênio, não é boleiro, mas está se achando muito mais do que é. Se não fizer o simples, se continuar achando que é o fator decisivo, como muitos o proclamaram, erroneamente, ao longo da competição internacional, se não domar a própria vaidade, não fica mais um mês no comando técnico do Maior Clube do Brasil.
Teve acertos e erros na Copa do Mundo. Jogo típico foi contra a Inter, quando fez mudança tática precisa e o Fluminense foi superior ao vice-campeão europeu. Na parada técnica do segundo tempo, quando o Fluminense controlava o jogo, sem ser ameaçado, após aquela desastrosa reunião com os jogadores, vista como inovação por muitos, baixou as linhas e estivemos por um fio de levar o empate.
O jogo de hoje foi desastroso e indigno. Não tenho outros adjetivos para nomear o que vi.
Saudações Tricolores!