Flamengo 0 x 0 Fluminense (por Edgard FC)

Depois de ser açoitado na primeira partida, quase sem conseguir respirar, o Fluminense veio para o chamado tudo ou nada na volta da semifinal, com improvisos do faxineiro ao presidente.

Buscando dobrar a aposta dos erros que não admite, Fernando Diniz encarou esse jogo como um laboratório para experimentar seus pensamentos mais undergrounds, fazendo corar de vergonha a Elisa Sánchez que, dia desses, disse querer ser árbitra de futebol, mas teme não ser respeitada pelos atletas.

Uma coisa foi vista desde os primeiros instantes do jogo: a escalação do Tricolor, embora macambúzia, foi mais jovial e conseguiria correr pelos cotovelos, tanto que iniciou emulando uma pressão na bola, enquanto o rival, com dois na bagagem, especulava nos primeiros instantes.

Até a parada técnica, o Flu pareceu ter sido melhor, no que muitos dirão: estava com vontade, entrou atento, essas coisas que se diz por aí. Já o Rubro-negro, menos intenso, mas de olho nas brechas deixadas pelos tricolores.

De tanto que martelou, chegou o Flamengo ao seu terceiro gol no confronto, após mais uma bola longa nas costas da linha defensiva inexistente do Time Diniz, porém, o VAR pediu a anulação por uma falta sofrida pelo Keno na origem da jogada.

Na volta do intervalo, o Flamengo promoveu Bruno Henrique na vaga de Luiz Araújo, que esteve por um fio de ser expulso. O volume de jogo aumentou um pouco para a equipe mandante, mas nada suficiente para ampliar. Já o Tricolor enfim conseguiu finalizar, embora na trave, com Renato Augusto.

Tite, sabedor da vantagem construída, apenas fez sua equipe combater os espações e especular as bolas possíveis, enquanto o Tricolor parecia correr mas sem conseguir chegar.

Já que um zagueiro era muito, Diniz ainda tirou Manoel, que vinha sendo o melhor em campo com a camisa tricolor, para promover Alexsander, além de outro ponta (cego) improvisado na lateral: saiu Marquinhos e entrou Jan Lucumí.

O tempo apenas passou, como em ‘A Persistência da Memória’ para Tite e seus comandados. Acredita-se que nada dá mais prazer ao treinador brasileiro, ex-CBF do que cozinhar uma partida inteira no caldeirão da Mama Odie, que toca um tambor em ‘A Princesa e o Sapo’.

O estado de cousas decorridos nesta partida por parte da comissão técnica do Fluminense foi tão surrealista que, se Jorge Vercilo tivesse sido mais paciente, teria composto o trecho de ‘Leve’ após tentar entender a escalação e modificações tupinicruijffianas de hoje: ‘ao te refletir, um espelho em si, vira quadro ou vira arte. Salvador Dalí não ousou imaginar-te’.

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FLAMENGO 0 x 0 FLUMINENSE

Campeonato Carioca – Semifinal (volta)
Sábado, 16/03/2024 – 21:00 (Brasília)
Maracanã – Rio de Janeiro-RJ
Renda: R$ 2.928.867,50
Público: 56.261 pessoas presentes

Arbitragem: Wagner Nascimento Magalhães (Árbitro), Thiago Henrique Neto Corrêa Farinha e Luiz Claudio Regazone (Assistentes), Rodrigo Nunes de Sá (VAR).
Cartões amarelos: Agustín Rossi 23’, Luiz Araújo 24’ (FLAMENGO); Keno 16’, Marquinhos 40’, Lima 57’, André 69’, Martinelli 74’, Jan Lucumí 75’ (FLUMINENSE)

FLAMENGO: Agustín Rossi; Guillermo Varela, Fabrício Bruno, Léo Pereira e Ayrton Lucas (Matías Viña 61’); Erick Pulgar (Igor Jesus 66’), Nicolas de la Cruz (Allan 78’) e Giorgian De Arrascaeta; Luiz Araújo (Bruno Henrique), Éverton Cebolinha e Pedro (Victor Hugo 78’). Téc.: Tite. 4-3-3

FLUMINENSE: Fábio; Marquinhos (Jan Lucumí 70’), Manoel (Alexsander 70’), André e Marcelo (Diogo Barbosa 76’); Martinelli, Lima e Renato Augusto (Lelê 61’); Keno (David Terans 76’), Jhon Arias e Jhon Kennedy. Téc.: Fernando Diniz. 4-3-3