Fla-Flu: uma questão de honra (por Paulo Rocha)

A falta de resultados é uma simples consequência. O desempenho do Fluminense nos últimos jogos deixa claro que algo está errado no planejamento para esta temporada. Após início promissor, com a conquista do bicampeonato carioca e uma boa largada nas outras competições, a torcida tricolor teme que a carruagem vire abóbora ainda no primeiro semestre.

Na Libertadores, até que o carro não saiu dos trilhos. A decisão de escalar reservas na altitude de La Paz foi acertada. E mesmo que a classificação para a próxima fase não venha diante do River, em Buenos Aires, tem tudo para ser ratificada contra o Sporting Cristal, na última rodada, no Maraca. Depois disso, mata-mata; aí é que o bicho começa a pegar de verdade.

No Campeonato Brasileiro, ao contrário, está dando raiva assistir os jogos da equipe. E que não venham com essa conversa de que o time dominou e perdeu por caprichos do futebol. Domínio sem gol, o chamado arame liso, não vale de porra nenhuma. Queremos o Fluminense do Fernando Diniz que vimos em meados do ano passado e no início deste, não aquele de 2019, que dominava os jogos e levava ferro.

Por fim, falemos da Copa do Brasil, competição na qual (assim como a Libertadores) os jogadores parecem demonstrar tesão. O Fla-Flu desta quinta-feira vale mais que a classificação às quartas de final e sua tentadora premiação. Para nós, tricolores, é uma questão de honra. De voltarmos a ser o que podemos e admiramos. Do time de guerreiros ressurgir com garra, com raça, inteligência e, sobretudo, atitude. De retomarmos o protagonismo.

Que cada bola seja um prato de comida para nossos jogadores. O rival pode até ter mais recursos financeiros, mas não admitimos que tenha mais vontade do que nós. Queremos luta do primeiro ao último minuto. Se for desta forma, mesmo que o destino não conspire a nosso favor, poderemos ficar com a consciência tranquila. E esperançosos de que o ano ainda nos reserva uma grande alegria.