Prezados amigos, saudações tricolores!
A minha coluna de hoje é dedicada a Duílio Dias Júnior, ex-zagueiro e capitão do Fluminense na década de 1980, que hoje (13/03) completa 57 anos de idade. A você, Duílio, saúde e força para seguir em frente. Sempre.
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Filho do maior artilheiro da história do Coritiba, Duílio seguiu os passos de seu pai no futebol, ainda que em outro setor do gramado, e iniciou a sua carreira no clube paranaense. Antes de chegar às Laranjeiras, o zagueiro teve passagens pela Portuguesa paulista e pelo América carioca. Duílio fez a sua estreia com a camisa tricolor em janeiro de 1983, quando chegou ao clube trocado pelo atacante Gilcimar, que seguiu para o América.
Zagueiro firme e eficiente, Duílio foi o capitão do time que sacudiu o Rio de Janeiro e o Brasil no início da década de 1980, e formou, ao lado de Ricardo Gomes, uma das melhores e mais vitoriosas duplas de zaga que o Fluminense já teve.
Líder, dentro e fora das quatro linhas, Duílio comandava, ao lado de Deley, reuniões com os jogadores para debater as causas dos problemas que afetavam o rendimento da equipe quando as coisas não iam bem dentro do campo. Quando os problemas se originavam fora de campo, era a vez de Duílio e Deley cobrarem explicações da diretoria.
Autêntico, o zagueiro não fugia dos microfones e suas respostas costumavam a ser simples e eficientes, assim como o futebol que apresentava dentro de campo.
Certa vez, no intervalo de uma partida contra o Campo Grande, em Ítalo del Cima, em que o Fluminense não acertou o gol adversário durante toda a primeira etapa, ao ser perguntado sobre os motivos da fraca atuação tricolor, Duílio disparou:
– O time está ruim para chuchu…
Em outra, ao comentar uma fraca atuação tricolor após um empate sem gols diante do Vasco, Duílio valeu-se da matemática para explicar o que estava acontecendo:
– O Fluminense jogou nada multiplicado por nada, que somado a nada vai dar nada.
Em 1983, Duílio recebeu a taça de campeão carioca de futebol das mãos do Presidente da Federação de Futebol do Rio de Janeiro, Octávio Pinto Guimarães, na Tribuna de Honra do Maracanã, de assistiu à vitória do Flamengo sobre o Bangu, dias depois de Assis empurrar os rubro-negros para o fundo das redes no último minuto do segundo tempo.
No início da temporada seguinte, enquanto acertava a sua renovação contratual, Duílio assinou um contrato em branco para não ficar de fora da estreia do Fluminense no campeonato brasileiro. Meses depois, ergueu a taça de campeão brasileiro, depois de uma final contra o Vasco da Gama, que coroou uma campanha memorável.
Em dezembro de 1984, momentos antes do início de mais uma decisão do carioca, já no gramado do Maracanã, Duílio chamou Assis e lhe disse que tudo estava como no anterior, e que os times atacariam mais uma vez para o lado de suas torcidas na segunda etapa. Mostrando a baliza à direita das cabines de rádio, o capitão disse a Assis:
– Prepare-se, companheiro. É ali que você vai marcar o nosso gol do bicampeonato.
E assim foi feito. Aos trinta minutos do segundo tempo, Assis, posicionado entre a linha da pequena área e a marca do pênalti, deixou estático o goleiro Fillol, com uma cabeçada de rara beleza. Gol do Fluminense! Gol de Assis! Gol do bicampeonato!
Na temporada seguinte, o Fluminense chegou ao tricampeonato carioca, mas Duílio já havia partido para Portugal, onde brilhou com a camisa do Sporting, antes de encerrar a sua carreira .
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Anos depois, quando decidi aventurar-me no ramo da historiografia e produzir um documento com registros de eventos do passado glorioso do time do Fluminense da década de 1980, aproximei-me do Duílio para averiguar algumas informações e atestar a fidedignidade do trabalho que desenvolvia. Mais do que isso, encontrei um amigo, sempre disposto a me receber e a conversar, sobre o que quer que fosse.
Obrigado amigo, por tudo. Dentro e fora de campo.
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Se preferir, entre em contato através do endereço eletrônico strigo@globo.com, twitter ou facebook.
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P.S.: Se você, assim como eu, tem o hábito de guardar os ingressos de partidas do Fluminense, entre em contato comigo. Possuo uma coleção de ingressos de quase mil partidas do nosso Tricolor e tenho interesse em trocar ou adquirir aqueles que não figuram na minha coleção.
Panorama Tricolor
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