Falando de Scout (por Flávio Souza)

Meu objetivo hoje é fazer uma análise do trabalho do departamento de Scout do Fluminense. Antes de iniciar, julgo importante deixar claro que não conheço os profissionais que atuam nesta área do clube pessoalmente, tampouco sei quem são ou quantos são. Minha análise não tem como objetivo avaliar a competência profissional de ninguém, apenas a avaliação do histórico recente de contratações que, resumo como uma inominável dilapidação das receitas do clube com jogadores de baixo retorno esportivo e sem nenhuma perspectiva de retorno econômico.

Talvez alguns torcedores, que certamente não acompanham as resenhas e colunas deste PANORAMA TRICOLOR, não tenham ciência de que no fim das contas quem decide contratar ou não os jogadores e que preço pagar é o atual presidente do Fluminense, que acumula entre outros papéis o de Diretor de Futebol do clube. Mas a pergunta que fica é até que ponto o scout avaliza tamanha lista de bagres.

Partindo da temporada de 2023, pedi a uma IA para me ajudar com nomes, idades e valores dos jogadores contratados. O resultado foi o seguinte:

Keno e Marcelo foram muito importantes nas conquistas do Bicampeonato Estadual e da Libertadores. Guga, Lima e Thiago Santos estão no elenco até hoje. São jogadores medianos, que poderiam facilmente ter dado lugar aos jogadores disponíveis da base do Fluminense. Todos os demais já foram embora e pergunto: para quantos desses o departamento de scout do clube deu aval?

Solicitei de novo à minha ajudante preferida, a Inteligência Artificial, a relação dos jogadores contratados para a temporada 2024:

Tínhamos sido recentemente campeões da Libertadores e a relação acima de jogadores chegou para a temporada. Todos lembram do resultado, lutamos até a última rodada para não sermos rebaixados. Facundo Bernal, Nonato, Ignácio, Kevin Serna, Fuentes e Thiago Silva estão no elenco até hoje, mas os que de fato deram algum retorno superior esportivamente até hoje foram apenas Thiago Silva, já muito próximo da aposentadoria, e Kevin Serna. O setor de scout avalizou mesmo todas essas contratações?

Ainda sobre os jogadores que chegaram em 2024, peço ao leitor que não se deixe enganar pela informação de que Renato Augusto e Douglas Costa chegaram sem custos de transferência pois, assim como aconteceu com Marcelo em 2023 e Felipe Melo antes, todos chegaram com salários em torno que, segundo se comentou na época, podiam chegar 1,5 pelo de Reais por mês. Ambos não deram absolutamente nenhum retorno esportivo ao clube.

Chegando em 2025, a minha IA preferida trouxe a seguinte lista:

Infelizmente, desses todos apenas Hércules demonstrou até o momento nível para jogar no Fluminense, enquanto Lavega e Lezcano nunca são utilizados sob a desculpa de que não estariam prontos. Pergunto novamente, houve aval para esse número enorme de jogadores?

Essa coluna poderia retroagir mais alguns anos e lembrar de tantos outros nomes de jogadores contratados de pouco ou nenhum resultado esportivo: Egídio, Hudson, Caio Paulista, Matheus Ferraz, Abel Hernandez e David Braz, entre dezenas de outros.

Das duas uma: ou o departamento de scout do clube tem acertado muito pouco nas suas indicações ou é apenas um carimbador maluco, que oferece legitimidade às mais estranhas e erráticas contratações do presidente do clube. Eu prefiro apostar na segunda alternativa.

Precisamos de um departamento de scout que seja respeitado pela diretoria do clube e cujo desempenho seja medido pelo sucesso esportivo e financeiro dos jogadores que indica para contratação.

O Fluminense precisa ser gerido com muito mais seriedade, pautando o uso dos recursos do futebol sempre balanceando duas variáveis: potencial esportivo e potencial retorno financeiro. Infelizmente a diretoria atual parece não adotar esses critérios.

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