Eu te falei, Talarico! (por Marcus Vinicius Caldeira)

talarico

Nos meus fins de semana (principalmente aos sábados), tenho tocado direto com o meu Grupo Cultural Exaltação ao Samba de Enredo, o que de vez em quando me tira de ir ao estádio. Vocês não imaginam como o meu coração fica dividido. Amo música, amo tocar (ainda mais agora que estou me aventurando no 7 Cordas) e amo ir ao estádio torcer para o Fluzão.

Faz parte!

Dito isto, um compromisso com o grupo me tirou do chocolate que e o Fluminense deu no Vasco. Vou compensar, indo amanhã a Bangu que, aliás, me faz lembrar o bom campeonato carioca da década de 1980 que Euricos, Caixas D’Água e Rubinhos da vida conseguiram destruir completamente.

E vou dizer uma coisa: eu antevi a trauletada que o Fluminense deu nos padeiros.

A voz do grupo é Ivan Talarico. Este é um grande intérprete de sambas de enredo, da equipe de um dos maiores deles, Dominguinhos do Estácio, sobrinho daquele que foi um dos grandes músicos da escola, e, vascaíno, roxo.

Antes de começarmos a tocar começamos sobre o clássico e vaticinei: “a molecada do Flu vai sacudir a velharia vascaína”.

Bingo!

O Fluminense de 2017 é jovem, intenso e técnico. O meio campo é o reflexo disso: Orejuela, Douglas, Sornoza e Scarpa, fizeram o que quiseram no clássico. E 3 a 0 foi pouco. Era para o Fluminense ter sacudido de seis ou sete tal a quantidade de gols perdidos.

O Flu de Abel joga no 4-1-4-1, o mesmo do Tite, com uma marcação adiantada que busca o roubo da bola o tempo inteiro e saída em alta velocidade. E isso aconteceu o tempo todo.

Abel tem controle total sobre a equipe e joga junto durante o jogo. Alma e coração tricolores. Acerto na mosca da nova diretoria comandada por Pedro Abad. Digo e repito: que fique durante toda a gestão. Vai perder, vai ganhar, mas é competente, tem controle do vestiário e conhece o clube como poucos.

Ainda é cedo para ufanismos. Como achava que era a cedo para as críticas – maioria delas por motivação política – antes do início da temporada. Estes estão rebolando para desdizer o que diziam. O time precisa evoluir e precisará ser encorpado para o Brasileiro e Sul-Americana. Mas o começo é animador, principalmente porque estamos vendo um Fluminense que não víamos há anos: intenso, brigador, raçudo.

Que a torcida jogue junto. Quando time e torcida se unem, não tem para ninguém.

Talarico, eu te avisei.. É o destino!

@panoramatri

@mvinicaldeira

Imagem: mvc