Eu, ex-dinizista (por TTP)

Existe um troço no mundo chamado senso comum. E este trambolho existe no futebol também. É ele quem brada a plenos pulmões que todo brasileiro gosta de futebol.

O que é uma mentirinha de nada, inofensiva, mas ainda uma mentira.

Eu mesmo conheço uma bacia de gente que odeia o futebol e nutre o mesmo sentimento por qualquer esporte.

Outro senso comum é o de que Diniz é o melhor treinador do futebol brasileiro. E por um tempo eu aderi a esta linha de pensamento.
Mas já não me incluo mais no grupo que ficou conhecido como dinizistas.

Há muito perdi a paciência com o treinador. Seja por seu destempero à beira do gramado, seja pela sua teimosia nas escalações iniciais, seja pela falta de variação de esquemas, seja pela péssima leitura de jogo e a mania de deslocar André para a zaga todo jogo, seja, seja, seja…

São muitos sejas, confesso.

E veio a tão esperada partida contra o Olímpia. Aquele time que mandou para casa mais cedo nossa antítese.

Diniz iniciou o jogo com Arias, Keno, JK e Cano. E surpreendeu todos aqueles que vivem do senso comum, mas negam sua eficácia.
Qualquer um que já tenha lido uma análise do nosso companheiro Edgard FC, sabe que o futebol não é tão complexo como tentam fazer parecer.

Futebol é simples, e só se complica quando insistimos no erro ou tentamos inventar a roda quadrada.

Com todo respeito, Diniz pode ser teimoso e destemperado, mas burro só é quando quer.
A escalação com supostos quatro homens de frente era o mais evidente a ser feito. Bastava ter visto como o Olímpia enfrentou o Famigerado.

Se você vai jogar contra um time com todos os jogadores amontoados na frente da área, já tendo dois meia-atacantes abertos pelas pontas (Keno e Arias), não há necessidade de ter Lima e Ganso para fazer a mesma coisa. Até porque Nino e Felipe Melo, em uma partida como esta avançam até a linha de divisão do campo, e diversas vezes atuam no início da armação de jogadas.

Ter JK ao lado de Cano como homens de referência confundiu a marcação do Olímpia.
Desculpem a indiscrição, mas considero JK muito mais jogador que Cano. E isso não significa que o argentino não seja um artilheiro nato. Significa apenas que o Fluzão está muito bem servido no ataque.

Podemos reconhecer a importância de Arias sem desmerecer a partida de Keno. E podemos (e devemos) entender que houve partidas em que Keno não funcionou como nesta quinta. Uma coisa não anula a outra.

Termino a coluna deste sábado fazendo um pedido de desculpas informal ao jogador Diogo Barbosa, pois eu mesmo o critiquei  de maneira firme quando de sua contusão logo no primeiro treino no clube. Diogo pode não ser nenhum Branco, mas vem se dedicando e destacando em campo de uma maneira que pouquíssimos laterais esquerdos nossos conseguiram nos últimos mil e quinhentos anos (hipérbole, tá, gente?).

Enfim (Andelfemismo), aguardemos o jogo de volta, com expectativa. Que a sorte nos seja leve.