Eu acredito na rapaziada (por Walace Cestari)

Valha-me o verde, qu’esperança não falta! Voltamos a vencer e o alívio bate à porta querendo nos descansar. Bem que alumbramentos não sejam bem-vindos, pois a vitória contra os surfistas não resolve todos os problemas que teimam em sobrevoar Laranjeiras.

Inda assim, ficou atestado que este é um time de brios. E, como foi essa a promessa, satisfaço-me, homessa! O vozerio quer muito mais que os meninos têm pra dar, sorte nossa que Abel é inteligentudo e sabedemais de como falar com a molecada. O que o Flu tem de oferecer sempre é suor, é luta, é entrega. E isso, dobrem-se os críticos, é o que tem sobressaído.

O estaleiro não para de receber as baixas do campo e assim é difícil demais se manter disputando lá em cima. Sejamos duros com nossas verdades: não viemos para alcançar as graças superiores neste ano. Nossos guerreiros ainda são infantes a buscar espaços. Ainda assim, nosso início fez-nos Ícaros. Antes que o sol queime toda a cera de nossas asas, é bom que passemos por sustos.

Com todos os titulares à disposição, podemos ir bem e surpreender. Sem todos eles, estamos na média. Mais crus, entretanto. Mas é um time que vai sendo forjado no fogo das dificuldades. Quem entra precisa mostrar mais que uma estreia. A responsabilidade é uma flecha a traspassar o peito dos nossos meninos.

Entre combalidas oscilações, ficamos quatro jogos sem vencer e, mesmo que apitadores tenham nos tirado dois pontos no clássico, não visitamos a parte de baixo da tabela. Uma vitória – programada, de fato – nos trouxe ao G6. É pelo meio que devemos ficar durante o campeonato, não façamos da ilusão nossa consorte.

E como a verdade está no meio, é fundamental que, nos momentos críticos – como este em que nos faltam as melhores peças – nos mantenhamos à beira da sopa. Ainda que esfrie, as beiradas são caminhos para o centro. Os guerreirinhos sempre se superam em vontade e em determinação, isso, azeitado e encorpado, pode nos levar a lugares melhores.

Abel olha por nós e merece nosso acalanto. Os apupos não nos levarão adiante. Tire pelo menino Ricarlysson: se queria ir, não sei; mas, de fato, quer mostrar que está comprometido. Tanto que se mostra ansioso por marcar, por reconhecimento. E corre, e se atira, e se doa, e se desdobra… tudo por nosso olhar, por nosso grito, por nossas palmas.

Apoiemos. É o papel que nos cabe. A rapaziada de Xerém tem se colocado à prova e tem se portado com valentia. Vemos no suor que escorre ao final dos jogos, vemos nas lágrimas que umedecem os olhos do comandante Abel. O jogo contra o São Paulo é difícil demais. Um gol sofrido não vai me abater, eu não vou deixar de cantar. Sabe por quê? Porque eu acredito é na rapaziada.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri 

Imagem: frei