Estádios da Europa – San Siro / Giuseppe Meazza (por Rods)

Chegando ao San Siro e também ao Giuseppe Meazza...
Chegando ao San Siro e também ao Giuseppe Meazza…

Seguindo minha viagem pelos estádios europeus, minha segunda parada foi em Milão. Viajar pela Itália é ter uma lição de história em casa esquina, porém o norte da “velha bota” tem lá suas características que a diferenciam, principalmente em se tratando de uma das capitais da moda mundial. Serei bem honesto com vocês em uma coisa: não que Milão não seja extremamente bonita e interessante, mas as outras regiões italianas devem estar em primeiro lugar em qualquer plano de viagem.

Mas, vamos ao que interessa. Mesmo que a Itália seja praticamente o Brasil encrustado na Europa (uma grande verdade), o metrô de lá é ótimo e funciona muito bem. É ele a melhor forma de acesso ao estádio. Você precisa chegar à estação Piazzale Segesta e seguir pela saída indicativa do San Siro. De volta a superfície você precisa “se achar” como turista é normal não saber pra onde seguir, mas se é bom de mapa ou não tem vergonha de perguntar, fica fácil. O problema mesmo é a considerável caminhada que ainda passa por uma grande área habitacional. Imagino que os moradores devem adorar dia de jogo…

Você chega ao local – lá estava eu de camisa e bandeira do Flu – que é propositadamente um pouco isolado onde, além do estádio, estão os hipódromos antigo e novo. Bem, o estádio é antigo e, apesar da bela arquitetura, você não se surpreende muito. Na bilheteria são vendidos os ingressos para visitação. Você pode visitar o museu antes ou depois do tour, que é feito em horários determinados. Não sei da possibilidade em outras línguas, mas a minha guia falou em inglês e em italiano.

Maldini, Rods e Flu
Maldini, Rods e Flu

Comecei no museu. Um grande (não tão grande) galpão quadrado dividido em dois andares, com o lado esquerdo para o Milan e o direito para a Inter. Fotos, camisas, reportagens, medalhas e outros artigos históricos estão expostos pelas vitrines. Kaká e Ronaldo marcam presença em lados opostos. O curioso são as “estátuas” dos maiores jogadores. Praticamente todos são zagueiros… Por que será? Coloquei o Maldini pra segurar a bandeira tricolor e zoei o “Pra fora! É tetra!” Baggio.

Dentro do estádio seguimos para a arquibancada, onde recebemos a aula de história. O estádio original foi idealizado por Piero Pirelli, então presidente do Milan, e inaugurado em 1926 como San Siro, mesmo nome do distrito onde é localizado. Enquanto isso, a Internazionale jogava na Arena Napoleônica, que acabou sendo destruída na Segunda Guerra Mundial. Com a tragédia, o San Siro foi oferecido para também ser a casa da Inter. Assim, a partir da temporada 47-48, os dois times passaram a dividir a casa.

Baggio? Pra fora! Acabou! Acabou! É tetraaaa!!!
Baggio? Pra fora! Acabou! Acabou! É tetraaaa!!!

Como você já deve saber, em jogos do Milan, o estádio ainda é chamado de San Siro, enquanto que em jogos da Internazionale, o estádio é chamado de Giuseppe Meazza. Disso os torcedores não abrem mão. Mas de onde veio o segundo nome? Giuseppe Meazza foi um grande ídolo dos dois times e campeão mundial duas vezes pela Azurra. Morto em 1979, o jogador foi homenageado e seu nome passou a batizar o estádio. Poucos sabem, mas o nome que ficou como oficial é “Giuseppe Meazza em San Siro”. O homenageado e a localidade.

Para chegar ao formato e à capacidade de hoje (cerca de 85 mil lugares), foram feitas várias expansões e obras (incluindo o placar eletrônico em 1967). O curioso é que a arquibancada que fica colada no hipódromo antigo não pôde ficar tão alta quanto as outras, por causa do hipódromo antigo.

Europa2013 380b by . Diálogo:

– Por quê?

– Por causa do hipódromo.

– Mas por quê?

– Por causa do hipódromo.

– Ok…

Mas enfim, o estádio é muito confortável e dividido em quatro cores que determinam os setores da torcidas. Visitantes ficam na parte mais isolada da arquibancada mais alta. Isso lembra algum vizinho nosso?

Vimos os camarotes apenas pelo lado de fora, seguimos pela área comum, pelo bar vip e fomos aos vestiários. São ao todo quatro: Milan, Inter, Azurra e visitantes. Os donos da casa possuem vestiários com a mesma área e estrutura, porém com decoração completamente diferente. E não estou falando apenas das cores. O do Milan tem bancos de couro acolchoados e várias frescuras (dá-lhe Berlusconi), enquanto o da Inter tem apenas um bancão de madeira, cabideiros e um escudeto para cada título nacional. No primeiro, a guia me mostrou onde ficam costuma ficar a turma dos brasileiros. Acho, eu disse acho, que tirei foto no banco que foi do Thiago Silva.

Depois de mais alguma andada, uma passada na loja dos times, que me pareceu um contêiner, com artigos dos dois times. Uniformes, bonés, camisas de passeio e casacos. Nada demais. Tive que fazer meu “check-in” e comprar a camisa principal da Inter e a camisa 3 do Milan, uma dourada – obviamente, não uso nada rubro-negro – muito bonita, por sinal.

Sério, alguma outra cidade teria um estádio patrocinado por "Doce & Bacana"?!
Sério, alguma outra cidade teria um estádio patrocinado por “Doce & Bacana”?!

Valeu muito a pena conhecer mais um templo do futebol e ver como funciona a divisão de casa entre dois times tão rivais. Por muito o tempo o sonho de consumo de um possível Maracanã tricolor / flamenguista.

Na próxima coluna levarei vocês à “embasbacante” Allianz Arena, casa do Bayern de Munique e provavelmente o melhor estádio do mundo.

ST!

 

Nos acréscimos:

Clique aqui e veja como foi a minha visita à Amsterda ArenA, casa do Ajax.

 

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @Rods_C

Fotos: Rods