Entrevista Rodrigo Caetano (por Luís Brito)

Rodrigo-Caetano-Ximenes-Footecon-Siqueira_LANIMA20131211_0024_46Nosso colaborador Luís Brito, que participa da cobertura do Footecon 2013* ,  teve a oportunidade de entrevistar o ex-Diretor de Futebol do Fluminense, Rodrigo Caetano, e aproveitou para conseguir algumas palavras sobre o tricolor de 2013.

Confiram:

O Fluminense de 2013

– O ano de 2013 foi consequência de um grande 2012. Quando chegamos ao clube a ordem era reduzir custos, mantendo a equipe competitiva. Ano passado muitos jogadores foram contratados e, entre eles, muitos de peso para a busca de um título que o Fluminense conseguiu por duas vezes, além de fazer uma brilhante Libertadores. Para 2013, sabíamos que manteríamos o elenco até a Libertadores e, infelizmente, após a competição continental tivemos que vender jogadores e perdemos Thiago Neves e Wellington Nem. Além das vendas, tivemos algumas lesões e o caso do Deco, que atrapalharam o nosso planejamento. Mas manter o elenco Campeão Nacional e Estadual para o ano seguinte foi um desafio enorme e o Fluminense conseguiu até onde foi possível. Na minha visão, não se pode, apenas na saída de dois atletas importantes e problemas judicias com dinheiro para reforçar o elenco, impor a queda do Fluminense em 2013.

Saída do Fluminense

– Fui pego de surpresa, o Fluminense estava no seu direito de renovar ou não, pois o contrato chegou ao fim. Peter explicou que o Clube vem com uma nova filosofia para 2014.

Relacionamento com Felipe Ximenes

– Somos colegas, não só da associação de executivos, mas também colegas dessa função de gerente, e tenho certeza q ele dará continuidade ao trabalho que já vem sendo feito, pois o Ximenes tem uma capacidade gerencial muito boa e agregará valor ao Fluminense.

Futuro

– Estou em um momento de assimilar a decisão, pois foi uma escolha do Clube e foi um ano difícil, o qual comprometeu minha vida pessoal, além da profissional. O profissional possui consequências maiores, pois você fica impedido de ter uma vida normal.

STJD e a Portuguesa

– Erros infelizmente acontecem. Esses tipos de erros são graves e eu posso falar pelo Fluminense. Vale ressaltar que o Clube cumpriu bem o seu papel no quesito de ficar atento aos detalhes jurídicos e registros. Se tudo prevalecer dentro do normal e for cumprido o regulamento, o Fluminense permanecerá na Série A. Tudo que aconteceu ontem foi uma surpresa, pois quem apontou a irregularidade foi a CBF e o Fluminense não agiu nos bastidores enquanto estive empregado.

Bom Senso, calendário e manifestações

– Os objetivos do Bom Senso F.C. são legítimos e os atletas são os mais importantes nessas questões, pois são os responsáveis pelo espetáculo. Se for para a melhoria do futebol é benéfico, mas tudo existe numa via de duas mãos e é preciso olhar também para os patrocinadores, desde que sejam respeitados os interesses de todos.

Interferência da Unimed no Fluminense

– Todas as decisões nesses dois anos que estive presente foram tomadas em conjunto. Lógico que, dentro de uma empresa ou em qualquer instituição, é normal as pessoas terem opiniões diferentes em suas posições sobre determinados assuntos. Mas no momento que a maioria pensa da mesma forma a decisão é tomada. A limitação que existiu foi a questão financeira. Logo quando o Fluminense foi campeão em 2012 o dinheiro foi penhorado e o Clube passou por essa asfixia financeira que todos puderam acompanhar. Essas sim foram impostas.

Troca de técnicos

– Óbvio que não é o ideal, mas a saída do Abel foi em cima das situações de aproveitamento. O campeonato foi de uma irregularidade muito grande e temos exemplos como o Internacional e Corinthians, que possuem investimentos altos. Mas o Fluminense pagou caro por essa irregularidade e, dentro dela, o Clube viveu altos e baixos no começo. A mudança era algo que tinha que ser feito dentro do comando técnico, pois era uma tentativa.

Panorama Tricolor

Fluminense de verdade

@PanoramaTri @Datluis

Foto: Igor Siqueira

* O Footecon – Fórum Internacional de Futebol é um evento consagrado no calendário esportivo brasileiro, que oferece a oportunidade de troca de experiências, atualização do mercado e relacionamento com os profissionais-chaves do setor. É coordenado por Carlos Alberto Parreira.
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