A enigmática política tricolor (por O Filho do Conde)

Fui convidado a uma reunião no Club.

Ali estavam homens de palavra, homens de poucas palavras, homens cujas palavras valem muito e outros, cujas palavras mudam de rumo como a areia de uma ampulheta.

Evidente que não pude ir. O ar desses locais desagrada meu olfato sensível. Muitos homens com suas colônias baratas misturadas ao suor natural do clima tropical enoja.

Mas o importante é que havia ali figuras de várias vertentes, reunidas em prol do Club.

Derrubar ditadores não é tarefa para homens de estômago fraco ou homens dobres. Sejam mal cheirosos ou não. Usem colônia Lancaster ou não.

A mim, me desagrada ter de sujar as mãos. Até mesmo por isso tenho aqueles que sujam as suas por mim.

Sim, confesso, tenho predileção por manicure.

Mas, afinal, o que será do futuro do Fluminense? E sua política enigmática?

Não perguntem a mim. Não lido com o futuro.

Minhas bolas nada têm de cristal.

Eu lido com o presente. E o presente tem me sido favorável.

Quando o futuro se apresentar, o abraçarei com simpatia se vantagens me forem oferecidas.

Não sou de ficar de melindres, atiro na face a verdade. Afinal, subalterno é subalterno. Abades, Rolins, Arraes, Sotos e Bibis não passam de nomes em minha caderneta.

Vão votar, queridos. Se me convencerem, posso até pedir ao Conde que oficialize o escolhido de vocês.

Saudações tricolores, porque saudar é chic.