Em defesa da honra (por Felipe Fleury)

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Esta entressafra forçada, logo após a eliminação precoce na competição regional, é absolutamente tediosa, sobretudo porque ocorre fora de estação.

Naquela entre o fim do campeonato brasileiro e o início da temporada seguinte ainda se vive alguma excitação, porque é o momento das especulações e contratações. Nesta, há apenas a lamúria decorrente da desclassificação tramada pela máfia que comanda a federação de futebol carioca e a expectativa pelo desempenho do clube na principal competição nacional.

É o momento, contudo, que tem a alta administração do futebol Tricolor, para não deixar esmaecer o combate contra as atrocidades perpetradas contra o Fluminense, e por que não contra o próprio futebol, pelas figuras abjetas que, direta ou indiretamente, administram o esporte bretão no Rio de Janeiro.

Aquelas “notas-oficiais”, que cansamos de ler durante a malfadada competição local, devem tornar-se efetivas através de medidas práticas que visem ao ressarcimento material sofrido pelo Fluminense diante de todo o abuso de direito praticado pelo presidente da federação, bem como de um planejamento realista acerca da organização de uma liga independente no futebol do Rio para a temporada 2016.

Com essas medidas, a cúpula Tricolor demonstrará que as referidas notas não foram meras palavras vazias. É preciso combater os inimigos do Fluminense em todas as instâncias, dando-lhes cada vez menos oportunidades de nos fazer mal. Uma ação bem fundamentada contra o senhor Rubens Lopes em razão de todas as arbitrariedades cometidas servirá a dois propósitos: responsabilizá-lo judicialmente por atos típicos de abuso de direito, e portanto ilícitos – que não podem ser salvaguardados pela autonomia  constitucional da entidade jurídica FERJ – e fazer com que outros inimigos do Fluminense repensem suas atitudes antes de praticarem qualquer conduta deliberadamente prejudicial ao clube.

Desta forma o Fluminense estará combatendo alguns de seus inimigos externos, pelo menos os mais recentes.

Mas é o tempo, também, para se combater os internos, os quinta-colunas a que fiz referência no último texto publicado aqui no Panorama.

N’outras épocas, o Fluminense era pouquíssimo tolerante com quem infringisse normas morais de conduta. Atletas e funcionários deveriam pautar-se pela ética e boa-fé no trato interpessoal dentro e fora do clube.

Parece, porém, que a modernidade, nesse ponto, foi prejudicial ao Fluminense e a tolerância a condutas graves praticadas por seus funcionários alargou-se de forma incompreensível.

A ação judicial proposta por um empregado do clube contra o escritor Paulo-Roberto Andel, que já é, por certo, de conhecimento de todos os que frequentam esta casa, é uma aberração jurídica que expõe a ganância, a má-fé e a insensibilidade do seu autor. Um verdadeiro crime de lesa-Fluminense, uma vez que é um atentado contra a sua história, além de ser uma ofensa ao direito constitucional da liberdade de expressão.

O autor da ação, que nem tricolor é, ao pedir o recolhimento e a destruição da obra de Paulo-Roberto Andel, não apenas o constrange e vitimiza, mas ataca diretamente a instituição Fluminense Football Club, a sua história e a sua torcida. Para ele – o autor da ação -, trata-se apenas de um livro, de uma reprodução supostamente não autorizada de uma fotografia sua e de dinheiro, muito dinheiro. Para Andel e para todos nós, tricolores, trata-se de uma questão muito maior, de respeito à honra de um homem íntegro e da preservação da dignidade da instituição Fluminense.

A honra tricolor foi vilipendiada por um prestador de serviços do Clube e a reputação de um escritor, que dedica a sua vida a engrandecer nosso amor pelo Tricolor, foi maculada por uma ação temerária e fulcrada no interesse espúrio e na má-fé.

E o que o Fluminense tem com isso? Tudo.

É dever da administração Tricolor, leia-se Presidente Peter Siemsen, agir para proteger os seus interesses –  a história e a honra do Fluminense e a reputação de um escritor que vive a sua vida para defender e enaltecer o clube, sob pena de a sua inação torná-lo verdadeiro coautor da injusta ação perpetrada pelo fotógrafo.

O mínimo que se espera é o encerramento do vínculo contratual desse profissional, além de uma nota de repúdio à sua conduta e de desagravo ao escritor, vítima do mais grave e injusto constrangimento por parte de um funcionário do Fluminense.

O comando Tricolor, assim, precisa posicionar-se contra essa agressão, defender a instituição e, mais do que isso, expurgar de seus quadros seus inimigos internos, dentre eles o autor dessa estapafúrdia ação judicial, a fim de que não se inicie ou não se dê continuidade a um processo autofágico que poderá lhe trazer severas consequências futuramente.

Seguir adiante é preciso, não sem antes, porém, ajustar as contas com os fantasmas que nos atormentam no presente.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @FFleury

Imagem: mudominhacasa.com.br/ffc

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