Sobre a gestão e o elenco do Fluminense (por Edgard FC)

Com os ares de eleição no Fluminense Football Club se aproximando, já em novembro de 2022 (em meio às eleições majoritárias no Brasil que elegerão presidente, senadores, governadores e deputados federais e estaduais) para escolha do novo (ou velho) presidente, algumas ações, tanto da gestão como de todos os quadros de sócios e torcedores começam a se mover no tabuleiro (de xadrez).

Recentemente, convivemos com episódios totalmente covardes e autoritários da gestão do Fluminense, em dois episódios, em que a TORCIDA levou uma faixa de protesto ao diretor de futebol, responsável por contratações, dispensas, negociações e avaliações e montagem de elenco no FLU, Paulo Angioni, com a frase: ‘FORA ANGIONI’. Em um dos episódios, posicionaram uma ambulância na frente da faixa a fim de não ser possível a captação da imagem por parte da TV que transmitiu a partida. Já em outro, arrancaram a faixa do local, mostrando uma absurda atitude autoritária e de censura à voz da TORCIDA, pois a arquibancada é o local sagrado do TORCEDOR.

A discussão atual é sobre o VOTO ON LINE JÁ, movimento que a torcida abraçou, dispositivo que foi promessa de campanha do presidente em exercício. A Torcida levou uma faixa com a frase, que inclusive foi exposta no último jogo do Fluminense, sendo que agora queriam impedir que ela fosse recolocada. Mas as pressões e mobilização da TORCIDA fizeram com que a gestão desse um passo atrás, recuando da censura que se aproximava, mais uma vez.

Mário Bittencourt, que agora faz malabarismo e contorcionismo retórico para impor a narrativa de que é proibido o voto por procuração, ou seja, associando um direito do sócio-torcedor de se manifestar eleitoralmente, traçando um paralelo de que as pessoas, por impossibilidade de ir presencialmente às Laranjeiras votar, não irão fazê-lo mas sim vender seu direito ao voto à terceiros. Sério, Mário? Tenta uma justificativa melhor e mais elaborada, essa não vai colar.

Assim como a de tentar colocar a TORCIDA contra os jogadores talentosos que já estavam no clube antes de sua gestão.
Assunto que vem movimentando a torcida nos últimos dias, tanto sobre meio-campistas e a necessidade de ter melhor opção na lateral esquerda. Ora, ora. Assim que assumiu o clube como presidente, tínhamos no elenco, para estes setores, nomes como, na lateral esquerda, Caio Henrique, e outros que foram emprestados, como Marlon e Mascarenhas. Ele nesse período assinou contrato com Orinho (dispensado do Santos por questões técnicas), Egídio (rebaixado no Cruzeiro), Danilo Barcelos (terceira opção do rebaixado Botafogo) e Raí (jogador jovem reserva da pequena equipe do Americano de Campos).

Já no setor de meio-campo e criação, Ganso, Dodi, Allan, Daniel, Miguel e Marcos Paulo já constavam no plantel. Nenhum serviu. Somente Ganso segue no dia a dia do clube, sendo preterido sempre que possível e até quando é impossível abrir mão dele.

Uma das primeiras contratações de Bittencourt foi o veterano Anderson Luiz de Carvalho, vulgo Nenê. Amigo do presidente, continua com prestígio. Ganso está em uma novela por ser negociado com o Santos. Marcos Paulo está em fim de contrato e se apresentará em breve ao Atletico de Madrid, e Miguel em imbróglio judicial para deixar o clube e buscar a sua felicidade.

Yago, que foi contratado por Mário, aliado ao Martinelli, que é atleta da base do Fluminense, se tornaram protagonistas maiores no meio, tanto de Marcão como de Roger Machado. Para o modelo restritivo a que a equipe é submetida a jogar, se tornaram peças-chave no esquema, fazendo grande parte da torcida pedir por contratações de mesmo perfil ao setor.

Ora, ora, olha eu aqui de novo, risos. Justamente jogadores semelhantes foram dispensados ou deixaram escapar do grupo. Allan e Dodi, além de Daniel, se notabilizaram por jogar com dinâmica e tanto compor defensivamente como chegar ao ataque, o que demonstra a falta de um planejamento correto e adequado ao jeito de o Fluminense jogar, pois em se tratando de treinador e discurso, há um padrão que envolve ser reativo, jogar em transição com passes rápidos e velocidade, saindo de uma situação de superioridade numérica na defesa e chegar com superioridade ao ataque. Não vou discutir preferências, mas o elenco já contava com peças para este fim, jogadores que eram bons na defesa, com desarmes e recuperação de bola (justamente o pretendido) mas também construtores de jogada e com boa chegada ao famigerado último terço, setor de ataque.

Mas então, contratar ou não contratar? Eis a questão. Pois bem, pois é. Se dermos uma espiadinha pra dentro do clube, não deve ser tão difícil perceber bons valores da base. Para a lateral os festejados e talentosos Marcos Pedro e Jefté sequer foram testados ainda. Já Metinho, que está sendo negociado com o Grupo City, que administra clubes no mundo, dentre os quais o Manchester City, clube destino de outro valor da nossa base, Kayky Chagas, teve míseros 24 minutos na goleada sofrida pelo sub-Angioni (sub-23) para a Portuguesa da Ilha do Governador, na segunda rodada do maltratado Campeonato carioca da FFERJ de Rubinho e companhia. Além de Alexsander, outro jogador muito bem avaliado pelo clube.

Enfim, vou me valer de uma velha máxima, contada e recontada por muitas vozes da nossa torcida por aí: se for contratar jogador com pouca expressão e sem resultado prático, que se dê chances aos moleques de Xerém.