Editorial – Rumo à grande final da Libertadores

A menos de 48 horas para o início da decisão de vaga em Porto Alegre, o que cabe ao torcedor tricolor é o empenho máximo de bons sentimentos para a sonhada classificação do Fluminense.

O torcedor pode tudo dentro da lei: sonhar, gritar, espernear, ver o que ninguém viu, não ver o que todo mundo viu. Sonhar, viver. Sequer precisa de lógica ou informação, embora ambas sejam desejáveis para a dialética mínima.

Para quem dirige, atua, joga ou analisa/comenta, o cenário é diferente: é necessário rigor técnico em cada uma das esferas de atuação, mesmo com sentimento mas sem paixonite. Claro que se espera jogadores com garra, é parte do processo. Dirigentes e comissão técnica também devem estar imbuídos da dedicação plena. No caso do jornalismo segmentado, o sentimento deve estar em perfeito equilíbrio com a análise crítica – isso, claro, se o objetivo do jornalista é obter credibilidade. Senão, vira apenas mais um bostejador de internet entre muitos.

O Fluminense vai para a decisão de vaga relativamente fortalecido diante do Inter. O desastroso primeiro tempo da ida poderia ter causado a eliminação. Felizmente houve a recuperação, o empate e talvez pudesse até ter vindo a virada num golpe de sorte. Contudo, o relativo fortalecimento precisa ser ratificado em campo assim que a bola rolar. E o adversário, um dos maiores clubes brasileiros, merece respeito.

Para o confronto no Beira-Rio, é fundamental que o Flu elimine erros grosseiros que já deixaram marcas profundas, como a escalação de quarta passada, portanto obrigação profissional de Fernando Diniz. Tudo indica que o treinador insistirá no mesmo modelo. Que tenha sucesso desta vez, porque é o que todos os tricolores precisam, mas ajudaria muito se optasse pela lucidez em vez da fanfarronice.

Que quarta seja uma noite de paz e que o Fluminense alcance seu objetivo maior. Há muito tempo, milhões de tricolores esperam por esse momento – e ele não pode ser desperdiçado. O mais emblemático presidente da história do clube – e maior presidente vivo – cunhou a frase que domina esse momento: “Vencer ou vencer”.