Editorial – O oba-oba dos vendilhões

A uma semana do início da decisão do Carioca, o Fluminense vai muito bem. Vive um momento de alegria, tem esperanças firmes no título estadual e em boas campanhas nas competições futuras. Acaba de trazer um reforço de nível internacional e vem de uma goleada retumbante.

Porém, com exceção da simbólica e charmosa Taca Guanabara, ainda não conquistou absolutamente coisa alguma. Por isso, há necessidade de seriedade máxima pela busca do bicampeonato carioca. Oba-oba não serve para o Fluminense, nunca serviu.

Há quem não leve isso em conta, já contando com o famoso ovo da galinha que ainda não foi posto, e usando o bom momento do campo para vender uma excelência administrativa do Fluminense que simplesmente não existe. Por exemplo, obscuros ex-opositores ferrenhos da atual gestão tricolor na internet que, num passe de mágica, passaram a enaltecer até algum eventual flato solto pelo presidente tricolor, que tem qualidades e defeitos mas definitivamente não faz nem evita gols. Chega a ser constrangedor o uso político do momento, para não dizer canalha. O mesmo vale para anônimos no Twitter em busca de autopromoção, alguns inclusive cuja idade madura pede um pouco mais de vergonha na cara.

Num pirlimpimpim, a Taça Guanabara virou a Copa do Mundo. Todos estamos felizes com sua conquista, mas os mais lúcidos sabem muito bem que o caminho ainda é árduo e longo.

Há muitos anos, a política tricolor tem se servido do baixo expediente de propaganda em redes sociais, travestida de opinião popular. Os leitores astutos já perceberam a falsidade desse esquema, cujos frutos são escassos. Uma das regras desse submundo é imputar aos sites e blogs tricolores a pecha de oposição gratuita ao presidente, como se ninguém percebesse que um site inclusive tem relação íntima com funcionários do clube.

Politizar uma eventual conquista de título é, no mínimo, ignorância crassa sobre a história do clube. Noutras ocasiões, o Fluminense conquistou grandes títulos mesmo com gestões sofríveis. Basta falar de campeonatos conquistados em gestões estapafúrdias, como as de Silvio Vasconcelos, Sylvio Kelly, Arnaldo Santiago e Peter Siemsen.

Neste PANORAMA TRICOLOR, o presidente tricolor sempre será elogiado quando acertar e criticado quando errar. Aqui não se publica opiniões de aluguel, nem se muda de oposição por casuísmo. Não se confunde o descalabro administrativo com as boas jornadas no campo.

O Fluminense não deve ser palco para o oba-oba de vendilhões.