Editorial: o mundo delirante do presidente tricolor

Diário LANCE!, 12/10/2022, 12:59H

Parece uma viagem de ácido num show do Grateful Dead, ou mesmo nas intermináveis travessias feitas pelo famoso escritor Jack Kerouac. Quem sabe um trecho de “Junky”, obra-prima de William S. Burroughs, contando as maravilhas proibidas dos alucinógenos? Mas não: foi apenas uma daquelas coletivas mofadas onde o presidente tricolor anunciou, ou comentou, sua candidatura à reeleição do Fluminense, para o desastre dos números naturais produzidos por sua gestão.

Descontado o caráter lisérgico da fala, o que sobra é um sarapatel verborrágico anêmico de lógica.

Em primeiro lugar, pelo dinheiro gasto, a temporada do Fluminense é desastrosa. Com exceção do Carioquinha, que não se compara a outras décadas, o Tricolor cumpriu uma jornada estapafúrdia. O único campeonato razoável tem sido o Brasileiro, onde temos uma boa colocação mas em nenhum momento brigando efetivamente pelo título.

A pré Libertadores foi absolutamente vergonhosa e a eliminação na Copa do Brasil, patética. Em ambas, pesaram as falhas dos ex-jogadores Fábio e Felipe Melo. É desnecessário comentar os absurdos nas contratações de Willian Bigode, Cristiano da Moldávia e outrem.

Precisa falar da Sul-americana?

O caso do Fluminense não é ser um time com vários jogadores experientes, mas sim de vários bondes aposentados que ocupam o lugar das promessas da base. São mais caros, menos eficazes, mas geram mais lucros para os empresários e cia. O aluguel de camisas atrapalha o movimento da equipe. No fim, o time se arrasta na temporada e não entendemos o que aconteceu…

Enquanto o rival está nas finais da Copa do Brasil e da Libertadores, o Fluminense se contenta em voltar às semifinais do torneio nacional, que não vence há 15 anos.

Dinheiro não falta. O Flu tem uma das maiores arrecadações do futebol brasileiro. O discurso de coitadinho serve para justificar transações inaceitáveis. Basta ver os salários de alguns dos nossos jogadores Sub-71.

Definitivamente, o mundo do presidente tricolor é completamente desalinhado da realidade prática. É como se naturalizássemos as contas de luz e gás com 5.000% de aumento.

O atual presidente é um dos dirigentes com o maior número de derrotas acumuladas na história do clube, sem contar que, na última década, esteve diretamente ligado à montagem dos elencos do Fluminense.

Não basta ter sorte. Live Sorte. É preciso competência.

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