Editorial – Fluminense, um clube de quase todos

Há tempos, a direção do Fluminense age institucionalmente para passar o alinhamento aos ideais democráticos. Assim tem sido no tratamento à diversidade sexual e nas questões relativas à pandemia.

No entanto, a expressão “Clube de Todos” precisa ser substituída por outra: “Clube de quase todos”. Afinal, não são contemplados com equidade aqueles que lutam pela implementação do Voto On Line, caso deste PANORAMA TRICOLOR e de vários de seus cronistas.

Como é sabido, a faixa em defesa da verdadeira democracia participativa do clube acaba de ser censurada nas arquibancadas, proibida de ser recolocada.

Vê-se que o discurso democrático da gestão tricolor vai até onde parece lhe convir. Ir contra o Voto On Line é manter a velha política de cabresto das Laranjeiras, com turminhas da quadra, do bar e da sauna, típica de Odorico Paraguaçu, brilhante personagem de “O bem amado”, uma novela histórica de Dias Gomes onde o prefeito da cidade não era lá muito chegado a métodos republicanos.

A proibição de recolocação da faixa que representa o anseio de milhares de tricolores representa uma traição aos ideais tricolores e à própria promessa de campanha do atual presidente. A quem interessa manter o colégio eleitoral do clube como um feudo?

Odorico sorri, mas nada é para sempre. Tudo tem seu tempo.

NOTA:

Nesta tarde de segunda-feira, o clube se manifestou à imprensa desmentindo a proibição, supostamente comunicada por um nacional de nome Juninho ou Cadinho, responsável pelo aviso de que a faixa não entraria mais nas próximas partidas.

Assim sendo, não há motivo para que a faixa do Voto On Line não esteja presente na arquibancada nos próximos jogos. É o mínimo que se espera daqui para frente.