A cada dia que passa, fica mais clara a torpeza que cerca as tratativas prévias da SAF do Fluminense, inclusive com a previsão de anúncio oficial para as próximas semanas.
A falta de transparência, os supostos valores envolvidos, o escândalo que significa o próprio agente direcionar os investidores e o verdadeiro escárnio que é o atual presidente do clube acatar uma notória desvalorização do clube para sua vantagem pessoal, tornando-se CEO e então oficialmente remunerado (o que JAMAIS conseguiria no mercado corporativo brasileiro por simples falta de requisitos básicos), constituem um fato realmente bizarro em termos negociais, só apoiado por pessoas muito ingênuas, muito ignorantes ou de muita má fé.
O fato é que o Fluminense está sequestrado por falta de legitimidade. O mínimo que se podia esperar era uma eleição para a reforma do estatuto tricolor e, aí sim, as discussões políticas sobre SAF. Nem o atual gestor e nem seu Conselho Deliberativo foram eleitos para a finalidade de transformar o futebol do clube em SAF. Nem é necessário falar dos constrangedores balanços do Fluminense, incapazes de impedir risos pelo amadorismo e a verdadeira manipulação evidente nas publicações. O clube vive como se estivesse cercado por uma nuvem de pó de Pirlimpimpim, numa outra atmosfera, fora da realidade. Os mais estúpidos aplaudem, afinal a conquista da Libertadores e o quarto lugar no Mundial de Clubes são muletas para abafar a tragédia financeira de um clube que, apresentado como “pobrezinho”, faturou mais de dois bilhões de reais nos últimos anos. E quem tinha de contestar tais barbaridades – a imprensa esportiva no caso – faz cara de paisagem e ignora o assunto.
O Fluminense só tem uma saída para impedir a própria morte: é exterminando a dita “SAF do Mário” com a força do voto. É isso é dever dos milhares e milhares de sócios do clube, que frequentam as arquibancadas mas se eximem do jogo político – e permitem que os velhos paneleiros do clube mantenham o poder com participação eleitoral mínima. Cada Sócio Torcedor do Fluminense tem uma arma nas mãos para salvar o clube dessa vilania. É preciso a participação coletiva para impedir o pior, e depois não vai adiantar gritar na porta de quem ganhar o clube de bandeja.
O sócio tricolor não pode se omitir neste momento, embora seja vilipendiado como no caso do Voto On Line. Mais importante do que a própria eleição em novembro, impedir esta SAF clientelista e calhorda é obrigação de todos que realmente amam o Fluminense. E para já.