Editorial – A mediocridade de parte da imprensa segmentada tricolor

Historicamente, a torcida do Fluminense se ressentiu pelo tratamento dispensado ao clube por estúdios e redações, muitas vezes marcado pela indiferença e tentativa subliminar de diminuir os feitos tricolores. Nunca foi algo ao acaso, mas meticulosamente planejado.

No século XXI, com a popularização da internet, o mundo da comunicação mudou: vieram os sites, blogs, páginas e canais. O torcedor passou a ter voz ativa e, especificamente, o Fluminense ganhou um grande campo de defesa por meio de diversos veículos de informação, incluindo este PANORAMA. E mesmo veículos da grande imprensa precisaram ceder espaços generosos ao Tricolor. Um bom exemplo é o Globoesporte que, quando primava pela qualidade, abrigava jornalistas do porte de João Marcelo Garcez – um dos grandes escritores tricolores – e, num segundo momento, por Gustavo Albuquerque.

O problema acabou surgindo por conta de disputas financeiro-comerciais e por outro motivo ridículo a ser mencionado – não esqueçam. Novos jornalistas, parajornalistas e animadores de vídeo, em busca de audiência e monetização, muitas vezes apelaram para cenas de humor burlesco, fake news e adesismo barato ao sistema, perdendo totalmente o sentido de combatividade que a imprensa deve ter nas veias. Some-se a isso a boa campanha do Fluminense em 2023 com dois títulos e pronto: críticos ferrenhos se tornaram verdadeiros torcedores de gestão, passando pano para situações inacreditáveis, fazendo tudo pelos likes e, quem sabe, outros agrados. Não é desconhecido o fato o verdadeiro trem da alegria internauta na viagem tricolor para a disputa do Mundial Interclubes.

Duas situações díspares descrevem bem a total mediocridade de parte da imprensa segmentada tricolor. Uma deles, diretamente ligada ao PANORAMA TRICOLOR.

Em dezembro passado, lançamos o livro “Pasión Libertadores”, o primeiro do país sobre a glória eterna, num evento para cerca de 100 tricolores no Sebo X. Naturalmente, como somos os líderes de produção de conteúdo próprio sobre o Fluminense na internet, bem como contamos com espaços de prestígio em setores da grande imprensa, tais como a Super Rádio Tupi e o Correio da Manhã, afora a própria audiência de PANORAMA TRICOLOR e CANTINHO DO LARANJAL, não dependemos de favores de terceiros para a divulgação da obra, liderada por Paulo Roberto Andel (junto a Edgard FC, Marcelo Savioli, Marcelo Diniz, Didu Nogueira, TTP, Ricardo Mazella e Vinício Gama), escritor mais publicado da história do clube, excluídos os funcionários do Fluminense e aproximados que trabalham na produção dos livros institucionais. Mas é no mínimo uma prova de deficiência técnica que boa parte da imprensa tricolor tenha mantido silêncio sepulcral (não espontâneo) sobre o assunto. Prova de despreparo profissional. O lançamento de livros sobre o Fluminense é pauta obrigatória de qualquer jornalista que trabalhe no ramo do noticiário tricolor. O silêncio diz muita coisa sobre os silenciadores, todas duvidosas. Não esqueçam do motivo ridículo.

A outra situação diz respeito aos movimentos que o Fluminense tem feito dese o título da Libertadores. Alguns deles são duvidosos em termos de real benefício do clube como, por exemplo, a renovação automática de Thiago Santos, o pouco aproveitamento de jovens valores tricolores e as escalações fora das posições originais, que mais parece um favorecimento a veteraníssimos do elenco. Neste caso, a conquista da Libertadores não somente cancelou críticos, mas também estimulou escandaloso silêncio do jornalismo e parajornalismo tricolor.

Os dois fatos, embora díspares, dão o tom do mundo da informação sobre o Fluminense, mudo em momento que deveria se manifestar e contestar atos da direção.

Será que a maravilhosa conquista da Libertadores 2023 serve ou servirá de desculpa para todas as situações controversas envolvendo as negociações tricolores? Para quem racionaliza o processo, é lógico que não. Mas reparem que boa parte da imprensa segmentada tricolor no mínimo faz vista grossa para um tema importante. Trata-se de um silêncio constrangedor e indevido. Jornalista que se preze tem a obrigação de informar fatos sobre o clube e questionar sempre que possível o stablishment. Jornalista que se preze não pode alugar ou rifar seu texto e voz em cafés da alegria. O compromisso com a verdade é uma obrigação, doa a quem doer. Ou melhor, deveria ser.

Agora, qual ė mesmo o motivo ridículo citado em vários parágrafos acima? Ele é simples demais. Tem apenas seis letras.

Seu nome é inveja.

E é só.