É. Tem Bragantino, mas… (por Paulo-Roberto Andel)

Sergio Cosme foi zagueiro campeão pelo Fluminense. Treinou o clube três vezes, foi vice-campeão da Copa do Brasil em 1992 e nos levou a uma das maiores vitórias sobre o Vasco na história, em 1989. Hoje ele precisa da sua força. Colabore pelo Pix CPF 07205091730 (Sérgio Leandro, filho dele). Para qualquer dúvida, WhatsApp (21) 96451-0967. Sua participação é muito importante.

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Meia noite, o Bernardo me escreve no WhatsApp: “Não consigo dormir direito, cara”. Ele e muita gente. Ouço relatos os mais variados diariamente. Hoje, por exemplo, temos um jogo importante contra o Bragantino. Vencer para retomar posições e brigar pelo G4. Acontece que ninguém ou quase ninguém pensa nisso, é compreensível. Só se fala de Libertadores, Boca Juniors e, naturalmente, vitória.

Eu, não. Quero sempre ganhar do Bragantino. Aquela tarde de 1991 ainda está entalada na garganta e muito viva na memória. A gente estava no 232, entraram uns bandidinhos, Quiseram fazer graça, dei um berrão, se calaram mas saltei na Praça da Bandeira, o Luizinho ainda era pequeno. Almoçamos um lasanhão na Parmê de Campos Sales e fomos pro jogo. Deu no que deu. Gostava demais daquele time com Ézio, Bobô, Renato, Pires e a turma. O Ricardo Pinto ainda não tinha sido esquartejado. O Brasileiro daquele ano teria mudado nossas vidas, embora tivesse o poderosíssimo São Paulo de Mestre Telê.

Quinze pras duas da manhã de domingo. O apresentador da GloboNews parece o Graham Coxon do Blur. Quem se lembra? Bebendo um gole de Pepsi geladíssima – gostosa! – e reprisa o Globo Repórter. A Marina já dormiu há tempos, acho que quase todo mundo já dormiu e estou aqui sozinho enquanto raramente um carro faz barulho na rua.

[Claro que tem gente na noite, mas não é mais a minha. Já foi tempo. Só de vez em quando.

Tudo é Fluminense. Amigos que torcem para outros times escrevem perguntando sobre o Fluminense. Na portaria, o Maurício trabalha todo dia com alguma coisa do Fluminense. Imagine os garotos na escola, na pelada de rua, nas brincadeiras?

Daniela Cicarelli na “nova” MTV. Rapaz, essa garota já parou a cidade! É.

[O que será do dinizismo nessa tarde em Bragança Paulista? Será que o time está treinando na moral? Tudo bem, reagimos bem na quinta, mas o primeiro tempo foi horroroso. Mesmo que o árbitro tenha sido um desastre, é hora de assumir nossos erros.

Dia 22 de outubro de 2023. Temos 13 dias até o próximo maior jogo de todos os tempos. Os grãos de areia descem da ampulheta com espantosa velocidade. Tudo é Fluminense. Saudade dos campeonatos onde a decisão era três dias depois das semifinais.

Café, Fluminense. Almoço, Fluminense. Internet, Fluminense. Todos os poros sociais abrigam o Fluminense. Enquanto a batalha final não abre suas cortinas, vamos procurando meios de matar o tempo. Como matar o tempo?

Hora de espiar o YouTube para potencializar o sono. Tem uma cantora linda no Bis, Illy talvez. É ela sim. Canta “Aprendendo a jogar”, clássico de Guilherme Arantes gravado por Elis Regina – Jovem Flu!

Perto da cama tem o último CD do Pink Floyd, “The endless river”. O rio interminável. Isso quer dizer alguma coisa que não sei explicar.

O que será que o Fluminense está aprontando para oferecer aos nossos corações?

Hoje é domingo, é folga, é fuga do desespero, é hora de tomar um louco banho gelado. Duas e meia. Nervoso, eu?