É quase tudo verdade (por TTP)

Há coisas no futebol brasileiro que parecem coincidências — até que se repitam tantas vezes que o acaso comece a cheirar a intenção. A coincidência se torna reincidência.

O torcedor do Fluminense, em 2025, tem vivido essa sensação incômoda de estar assistindo a um jogo não só dentro de campo, mas fora dele: um jogo de bastidores, onde a CBF escolhe horários e dias que mais se parecem castigos do que agendas esportivas.

Segunda-feira à noite, quinta às 19h (só falta o domingo às 11h, sob o sol de rachar do Maracanã).

Os horários se multiplicam, mas todos têm algo em comum: afastam o torcedor. É como se cada rodada viesse com uma mensagem cifrada mas clara: “Fique em casa, tricolor”.

Difícil acreditar que seja apenas descuido. O clube que acaba de viver grandes momentos, que representa parte essencial da história do futebol brasileiro, parece condenado a uma certa invisibilidade programada.

O Maracanã, templo e casa do Fluminense, se transforma num cenário quase clandestino, esvaziado pela própria organização que deveria promover o espetáculo.

Não se trata de choro de arquibancada, mas de constatação: quando o torcedor é sistematicamente impedido de comparecer, mata-se o espírito do espetaculo que é o futebol.

Talvez, para alguns, o silêncio de um estádio vazio seja conveniente. Mas o futebol não nasceu para o silêncio. E o Fluminense, com sua camisa de história centenária e alma inquieta, também não.

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