É jogo, não é festa (por Paulo-Roberto Andel)

Nos últimos tempos, especialmente depois da pandemia, não há uma vírgula que se possa falar mal da torcida do Fluminense. Ela tem apoiado muito, enchido o Maracanã e certamente o clube tem uma das melhores médias de público no século XXI.

Justamente por isso, é comum o ambiente de festa e celebração nas arquibancadas, reforçados por mosaicos e congêneres.

É claro que fazem parte do ritual da arquibancada a ornamentação e a alegria, ok, nenhum problema. Longe disso.

Porém, um certo oba oba – que nunca é bom – parece inebriar alguns tricolores, a ponto de sugerir, mesmo involuntariamente, que a festa é mais importante do que o jogo. Não é. Nunca foi, nem no tempo em que a nuvem de pó de arroz dominava o Maracanã, misturada a centena de bandeiras.

É bonito. Eu entendi. Tudo bem. É bonito. Só que o foco precisa ser realinhado. Compreensível que o pessoal mais jovem queira a curtição, perfeito. Agora, acho que é necessário ver as coisas pelo campo da disputa esportiva. Os torcedores vão ao jogo e lá ocupam setores para torcer. A dita festa é uma bela parte do jogo, mas não é o jogo em si.

Que o Fluminense tenha boa sorte logo mais e na próxima semana. Que tudo dê certo e que seu futebol ausente dê as caras de verdade. E que a festa seja a grande coadjuvante, porque o protagonista sempre, sempre será o jogo.

Afinal, torcemos por um clube de futebol, não de bailes.