Doval (por Paulo-Roberto Andel)

Bons tempos os dos anos 1970. Mesmo tendo jogado anos no Flamengo, Narciso Doval se tornou um ídolo imediato quando chegou às Laranjeiras, sem sofrer qualquer contestação. Os tricolores sabiam muito bem que se tratava de uma fera e, por isso, o enalteceram.

Argentino de nascimento, carioca de coração, durante a década em que viveu no Rio, Doval viveu intensamente a cidade: a praia, as garotas, as festas e, claro, o Maracanã.

Comandou o ataque do Fluminense no time mais emblemático de sua história, a Máquina Tricolor, e decidiu o fantástico Campeonato Carioca de 1976 no último minuto da prorrogação, garantindo o bicampeonato do Flu no campeonato mais famoso do Brasil. Tinha chegado naquele mesmo ano e jogou três temporadas completas pelo Fluminense, fazendo 70 gols. Doval também garantiu o título da Taça Teresa Herrera ao Flu em 1977, quando a Máquina já tinha sido desfeita. E então voltou para a Argentina em 1979, após terminar seu contrato.

Excelente cabeceador, jogador de qualidade técnica e muita garra, Doval foi um símbolo carioca da década de 1970 e parte desta história está diretamente ligada a um Fluminense protagonista e vitorioso. Faleceu muito jovem, aos 47 anos, de um possível problema cardiológico hereditário. Nascido em classe média, conseguiu fazer muito dinheiro com o futebol. Teve uma grande trajetória.