Diniz, Diniz, Diniz, Diniz… (por Manoel Stone)

Alô, Professor Diniz!

Como está tudo por aí? Espero que tenha pensado e revisto essa sua ideia de 4-2-4, porque não está dando certo e escancarado nosso sistema defensivo, aumentando nossa deficiência defensiva que já vem problemática por um bom tempo.

Acredito que o senhor já tenha percebido que uma linha defensiva com Felipe Melo (ou Marlon) e Marcelo na lateral esquerda simplesmente abre um corredor, para os velocistas que os outros times têm colocado em cima de nosso lado menos móvel ou ágil, para não dizer desprovido de velocidade. Diga aí professor, o senhor já percebeu isso ou sua teimosia ainda não o deixou ver?

Bom, do senhor espero sempre uma coisa diferente, e já cheguei a ver em momentos de alguns jogos nosso time no mais antigo dos sistemas, ou seja no 2-3-5, ou mesmo no 1-2-7 e outras formações que nem deu para identificar o sistema. O duro é quando se perde a bola no ataque, pois lá vem contra ataque e não temos ninguém para defender nossa meta.

Temos que reconhecer que de um jeito ou de outro o time está avançando na competição, mas que é um sistema Kamikaze não há como negar. A pergunta é: até quando isso vai dar certo? Até agora estamos tendo ajuda dos tricolores vivos e mortos como dizia Nelson Rodrigues, mas o perigo é a “estrada” do além estar fechada e o time ter que se virar com o que temos por aqui. Dependendo das peças que estiverem em campo, o caldo pode engrossar e a vaca ir pro brejo. Vê lá professor, o senhor sabe que essa final enlouquece os corações tricolores, e na pior das hipóteses (TOC, TOC) batendo na madeira, ainda precisaremos do Brasileirão para garantir nossa presença no ano que vem. Abre o olho, Diniz!

Me assustei um pouco, pois o senhor colocou o tal do 4-2-4 até na Seleção Brasileira e já vimos que também não funcionou. Cá pra nós, não é só questão de treino, é que não há como equilibrar o jogo com o abandono da parcela mais importante que é o chamado meio campo, e com apenas dois jogadores nesse latifúndio, perderemos sempre as disputas, seja nas tentativas de ataque, seja na hora de se defender. Meio campo abandonado deixa o adversário com todas as chances de armar os contra ataques e direcionar as jogadas para onde bem entenderem. Os danados exageram de fustigar o lado dos velhinhos que, sem condições de disputar enfiadas de bolas longas, perdem todas na corrida contra os jogadores jovens que são “enfiados” pala banda esquerda de nossa defesa, que prima até por muita técnica mas a condição física, rapidez e agilidade já estão em fase terminal.

Professor Diniz, pouco estou me lixando para a Seleção e já faz tempo que é assim. Meu negócio é o Fluminense e só com ele me importo. Só acho que a caca que está o tal sistema sendo usado na Seleção está trazendo o mesmo resultado das últimas tentativas de uso no Fluminense, e isso tem que parar. Nada de deixar o meio campo para o adversário, e creiam: não adianta trocar peças e manter apenas dois jogadores no meio. Também não adianta colocar o Lima, pois este não dá meio jogador… Nem colocar três volantes de origem, pois estará faltando sempre aquele que vai armar o jogo. Seu problema é achar esse jogador, e não darei palpites nisso, como em nenhuma outra posição, afinal quem é muito bem pago para isso é o senhor, principalmente agora que está igual ao pai do Chris, que tem dois empregos…

Portanto, cuide de resolver os problemas, que o time entre nos eixos e os resultados reapareçam. Não existe mais chance de experimentar; o que tem tiver que fazer tem que ser feito, o tempo de testar já acabou. Agora é partir com tudo. As opções são: vencer ou vencer.

Deu para entender? Então estamos conversados.