Sobre Fernando Diniz (por Claudia Barros)

Desde 2012 e antes de Diniz, arremedo de futebol era o que jogava o Fluminense.

Sei que passaram pelo Flu, nesse período, campeões como Abel Braga, Dorival Junior, Renato Gaúcho.

Passaram Cristóvão Borges, Enderson Moreira, Ricardo Drubscky, Osvaldo de Oliveira, até Vanderley Luxemburgo.

Passou Marcão por sete vezes.

O próprio Diniz também passou, mas não teve tempo hábil para vingar.

Tenho certeza de que ouvirei de vocês: mas o Diniz ainda não vingou, sequer foi campeão!

E daí que ele nunca ganhou um título expressivo?

E daí que ainda luta para escrever seu nome na história do futebol brasileiro como técnico de futebol?

Quase ninguém começa ganhando. Quase ninguém nasce sabendo.

Estudioso, metódico, persistente e inovador, Diniz tem nos seus valores táticos muita lógica e racionalidade.

Falta muito? Falta.

Mas a busca constante pela posse de bola, o treino obsessivo pelo domínio do passe, as trocas posicionais ao longo do jogo, o trabalho conceitual, a preocupação com os perfis comportamentais dos jogadores, a recuperação técnica dos atletas. Tudo encanta nesse Fluminense.

Difícil prever o que virá pela frente, até porque o Flu é uma máquina arrojada de comprar laranja podre e vender mudas dando frutos.

Mas, a julgar pelo que Fernando Diniz conseguiu com esse time onde quase todos os jogadores conseguiram se destacar; a depender do que venha, do que suba e do que fique, o ano de 2023 promete.

No aniversário de 10 anos da conquista do tetracampeonato brasileiro, o Fluminense faz sua melhor campanha em Brasileiros, desde então.

Basta uma derrota do Inter para o consagrado campeão Palmeiras e uma vitória do Flu sobre o combalido Bragantino, para o time de Laranjeiras acabar o campeonato em segundo lugar. Sem dúvida, um honradíssimo vice-campeonato.

Mas, para mim, independente da colocação na qual acabe o Brasileirão, Diniz é o grande responsável pelo desempenho tricolor.

Foi com ele que Ganso renasceu para o futebol. Foi com ele que Cano passou a ostentar o posto de maior artilheiro no Brasil em 2022. Foi com ele que Matheus Martins despontou. Foi com ele, por fim, que Arias revelou seu melhor futebol.

Também foi com Diniz que perdemos muito nesse ano. Assim foi com a desclassificação para o Corinthians na Copa do Brasil, só para citar um exemplo.

Não obstante, é alvissareiro o futuro próximo que se anuncia. Que a filosofia de jogar futebol do Diniz seja vencedora, porque mais do que torcer por ele, mais do que torcer pelo Fluminense, eu torço por qualidade, perfeição e glória. Apesar de tudo no Flu, há esperança.

Ah, sigo muito indignada com a impossibilidade de votar para presidente do Fluminense. Tamanha covardia e desonestidade não poderá ficar impune.

No mais, viva o bom futebol tricolor!