Diniz, Cano e a reinvenção tricolor (por Paulo Rocha)

Um novo Fluminense. É o que temos observado desde a volta de Fernando Diniz ao comando da equipe. O próprio treinador parece repaginado, diferente daquele que, em 2019, promovia um futebol bonito, mas etéreo. Agora, a competitividade e o resultado são os pilares de seu trabalho – o que não deixa de ser uma agradável novidade.

É verdade que o time ainda oscila durante os jogos. Alterna momentos de intensidade com outros de “pasmaceira”. Estes, contudo, duram menor espaço de tempo, pois o técnico tem mexido certo na hora certa. E também, agora, possuímos na frente um cara que decide.

Tomemos por exemplo o jogo contra o Athletico-PR. Após um começo excelente, premiado com o belo gol de Cano de fora da área (ele bate de qualquer lugar), houve aquele recuo que tanto conhecemos quanto tememos. Poderíamos ter ido para o vestiário amargando um empate por causa disso. Sorte nossa.

Depois do intervalo, o time voltou na mesma toada, a tal da pasmaceira a que me referi. Diniz, então, não esperou que o adversário fizesse um gol para tomar providências: efetuou logo duas mudanças, antes mesmo dos dez minutos, que nos recolocaram no jogo. Com Wllian Bigode e Arias (principalmente o colombiano), retomamos a ofensividade e voltamos a assustar o Athletico.

Com a situação reequilibrada, o Flu tornou a ser protagonista das ações. E como é importante ter um artilheiro, um goleador, aquele cara que mata o jogo. Germán Cano, que já é nosso ídolo desde quando reencarnou Assis nas finais do Campeonato Carioca, fez um gol ainda mais bonito do que o primeiro. De lavar a alma. Ali, soubemos que o triunfo estava garantido.

Não foi somente neste jogo que Fernando Diniz mexeu bem. Anteriormente, já tinha feito leituras corretas de situações adversas. E soubera tomar as providências que os momentos exigiam. O Fluminense está competitivo, assistir os jogos voltou a dar prazer à torcida tricolor. Sabemos que há momentos de dificuldade, mas raça, pelo menos, não tem faltado.

Aliás, a raça será um componente fundamental no pequeno estádio argentino onde jogaremos nossa permanência na Copa Sul-Americana. Raça e inteligência. Não se intimidar e saber ousar nos momentos certos. Diniz é outro nessa passagem atual pelo Fluminense. Temos técnico, temos um artilheiro e estamos com sorte. Está dando para torcer com fé.