Dick Vigarista, Diniz e Dorival (por Marcelo Savioli)

Amigos, amigas, tenho feito a alegria dos amigos dissidentes com a comparação de Sampaoli com Dick Vigarista, o atrapalhado vilão do desenho animado “Corrida Maluca”. Dick, trapaceiro, que só ele, sempre tinha um plano mirabolante para vencer a corrida. Os ardis de Dick, nitidamente fadados ao fracasso, sempre fracassavam.

Aliás, um dos melhores desenhos animados já criados. Cada episódio era imperdível, ao contrário dos jogos da Dissidência. Na tarde de ontem, o primeiro tempo do São Paulo, sob a batuta do simples, objetivo e eficaz Dorival Júnior, foi um baile de gala no Maracanã, que poderia ter sido suficiente para liquidar a fatura na decisão da Copa do Brasil.

É claro que vocês rolaram de rir com o fracasso dissidente, mas tenho certeza de que nenhum de nós achou nenhuma graça na derrota para o Vasco no sábado. Não que o Fluminense tenha jogado mal ou não merecesse a vitória. Não foi uma exibição para estampar em quadro na parede, mas o Fluminense foi superior.

O problema é que apanhamos por todos os lados. No primeiro gol do Vasco, falta clara em Cano, ignorada pelo árbitro e mais ainda pelo inacreditável VAR. Diniz, no intervalo, talvez com inveja de Sampaoli, trocou Marlon por Martinelli. Não que o problema seja a entrada de Martinelli, mas a saída de Marlon. Tomáramos um gol pelo alto, com o gigante argentino do Vasco em campo, e Diniz tira um zagueiro. Na primeira bola parada para o Vasco no segundo tempo, gol de cabeça do gigante.

O quarto gol foi uma piada pronta. Bola alçada na área e os jogadores do Vasco fazem linha de passe de cabeça. Mas aí a vaca já tinha ido para o brejo, depois da falha ridícula de André, que deixou o atacante vascaíno na cara de Fábio para fazer o terceiro. Depois de empatar o jogo duas vezes, não há como desmoronar depois de tomar um gol daqueles.

É compreensível que Diniz tenha problemas para tirar um atacante do time. Só tem top de linha: Cano, Keno, JK e Arias. Só que o mesmo acontece no meio de campo, onde temos André, Martinelli, Ganso, Alexsander, Daniel, Lima e Leo Fernández. O 4-2-4 foi uma solução perfeita para o primeiro jogo contra o Olimpia, aderindo às características e plano de jogo do adversário, mas não é a solução definitiva. E isso já foi demonstrado nos últimos jogos.

Estamos começando errado e nem sempre dá para corrigir. Como no jogo com o Vasco. Com as derrotas da Dissidência, do Grêmio e do Botafogo, poderíamos ter terminado a rodada em terceiro lugar a dez pontos do líder. Mas jogamos a oportunidade fora. No Brasileiro, ainda que tenha ficado mais difícil, dá para correr atrás. Na Libertadores, provavelmente não.

Que tal se Diniz deixar o rótulo de Dick Vigarista para o Sampaoli e adotar uma pegada mais Dorival Júnior? Com o time e elenco que temos, não há necessidade de que o técnico seja o protagonista. Deixa só o modelo de jogo falar e vamos em frente.

Saudações Tricolores.