De volta à realidade (por Pedro Machado)

BANDEIRA DO FLUZÃO

Depois do vareio que levamos da Alemanha, que mais parecia uma tropa do exército germânico tomando um povoado qualquer, confesso que foi difícil escolher o que escrever. Poderia ficar horas aqui escrevendo da parte tática, da falta de treinos, da nossa soberba, dos nossos dirigentes e outros mil defeitos que já sabemos quais são. Mas isso, com certeza meus amigos colunistas do Panorama e de outros canais de comunicação vão fazer com maestria.

Após o jogo, estava dando uma olhada no Facebook. É sempre bom dar uma olhada na rede social após grandes derrotas. O nível de idiotice é tão grande que você se sente até mais inteligente. No meio desta minha viajada pelo mundo virtual, encontrei uma jóia rara. Uma postagem do meu amigo tricolor dos áureos tempos da Legião, Vitor Gouveia, o Vitinho.

Professor e músico de mão cheia, Vitinho é autor de alguns clássicos de nossa arquibancada como “Meu coração acelera”. Com sua devida autorização (e muita cara de pau), resolvi hoje plagiá-lo em minha coluna. Lá vai:

Agora é nossa vez. Os verdadeiros torcedores voltam aos estádios. Sem glamour, sem transporte público até o final da partida, sem segurança, sem cerveja no estádio e sem feriados municipais para grandes jogos no meio de semana.

Agora somos nós. Não pagaremos mais três dígitos no ingresso, e ao mesmo tempo veremos nos estádios um campeonato com uma média de público ridícula. Cantaremos, levaremos nossos instrumentos, bandeiras e poderemos também levar nossos pequenos, já que menores de 12 anos não pagam. Aleluia!

O país do futebol adormece. Vira o país dos torcedores guerreiros, que encaram todas estas mazelas para verem seus clubes, seja nos estádios, seja gastando uma nota no pay-per-view. Sem “selfie” e sem sorrisinho no telão, mesmo quando o jogo está pegando. Os 200 milhões de técnicos também desaparecem, junto com o “orgulho” de ser brasileiro.

Desde que me entendo por torcedor, não passei um dia sequer sem pensar no Fluminense. Até nos meus piores dias. É claro que, como amante do futebol, estava torcendo muito para uma vitória da seleção brasileira. Mas a derrota por 7 x 1 me abalou muito menos que um revés num Fla x Flu qualquer. E tenho certeza que este é o mesmo pensamento de vários torcedores, sejam tricolores ou não.

Nossa Copa recomeça agora, e desta vez ninguém vai virar a noite na internet pra comprar ingresso. Algumas vezes, vai virar a noite na fila mesmo.

Cabe a nós mantermos nosso futebol vivo por mais quatro anos, até a próxima Copa, quando voltarão as figuras entendedoras de sempre. E isso é muito fácil pra gente. Somos paixão, somos amor incondicional, somos guerreiros.

Volte logo, Fluminense. Estamos morrendo de saudades.

“Desde que eu nasci, te acompanhei/ Fluminense eu sei, até a morte contigo estarei/ Haja o que houver, onde quer que eu vá/ Comigo vou levar as cores que herdei/ Verde, branco e grená”.

Panorama Tricolor

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