Cuiabá 3 x 0 Fluminense (por Marcelo Savioli)

Amigos, amigas, nem vou dizer que foi um vexame o que presenciamos na noite deste sábado na Arena Pantanal. Posso, outrossim, dizer que foi um show de horrores o que Diniz e seus comandados protagonizaram em Cuiabá.

Diniz levou Alexsander e Ganso para o duelo, mas deixou ambos no banco de reservas. Armou um time com Pedro Rangel, Samuel Xavier, David Braz, Marlon e Diogo Barbosa; Thiago Santos, Martinelli, Daniel, Lima e Leo Fernández; Yony González.

Se é para falar de coerência, como não estranhar que um técnico que nos impõe um time titular com quatro atacantes venha a nos brindar com um time com um único deles? Yony, o que não marca um gol desde quando os dinossauros caminhavam sobre a terra do nosso hoje maltratado planeta.

E o pior é que Yony teve a primeira grande oportunidade do jogo, numa jogada de bola trabalhada. Que, se não me engano, foi a única. Apesar disso, era do Fluminense o controle do jogo. Mesmo que o Cuiabá tivesse mais a bola, o Flu, mesmo sem levar muito perigo, era mais perigoso, talvez porque o adversário nada criasse.

Ainda que a nossa marcação fosse frágil. A tentativa de marcar pressão ou meia pressão naufragava diante da inoperância de Yony e Leo, mas o Fluminense se recompunha bem atrás da linha da bola e bloqueava os espaços do nada criativo time do Cuiabá.

Esperávamos já o segundo tempo, pensando em que tipo de substituições faria Diniz para ganharmos mais força ofensiva, mas Martinelli não pareceu concordar com isso. Depois de duas entradas estabanadas nos adversários, acabou expulso de campo, praticamente sepultando nossas chances.

Foi o suficiente para o jogo mudar, com o Cuiabá passando a formar maiorias em todos os pedaços das imediações da nossa área. Deyverson só não abriu a contagem em cabeçada na pequena área graças a grande defesa de Pedro Rangel, mas ainda conseguimos levar a vantagem para o intervalo.

De volta do intervalo, Diniz tira Yony e Leo Fernández para colocar Lelê e Alexsander. Até aí, tudo bem, porque os dois nada acrescentavam ao time. Mas a vaca começa a ir para o brejo quando Diniz resolve entregar o meio de campo ao Cuiabá, tirando Daniel para colocar o zagueiro Felipe Andrade. Naquele momento, acaba o nosso meio de campo.

Daniel podia estar longe de fazer uma grande partida, mas, ao menos, é capaz de tentar coordenar um meio de campo e tirar seus coelhos da cartola. Por que não tirar Lima e colocar mais um atacante, jogando as fichas da partida nos pés de Daniel e Alexsander, jogadores com características complementares? Pelo menos, teríamos chances de atacar, criar embaraços para o adversário.

Com três zagueiros e um meio de campo acéfalo, com Lelê abandonado à própria sorte no meio da defesa mato grossense, tornamo-nos presa fácil para o Cuiabá. Para piorar, o gol de abertura do placar nasce de uma falha bizarra de Diogo Barbosa, o mesmo que reivindicamos no lugar de Marcelo. É dose.

Não vou me alongar tanto, porque as trapalhadas já estão todas relatadas. O que veio depois foi o Fluminense acuado em seu campo, sem reação, contabilizando a incrível marca de nenhum chute a gol nos 45 minutos finais.

Depois de comprometer a situação na Libertadores com escalação estapafúrdia de Diniz, o Fluminense deixa escapar a chance de se redimir no Brasileiro. Uma vitória hoje teria sido a possibilidade de reduzir a diferença para o Botafogo para no mínimo sete pontos no clássico do próximo domingo.

O problema, amigos, amigas, é que o Fluminense tem uma política para o futebol e ela não é aliada de nossas ambições, tampouco dos nossos sonhos. Estamos a um jogo de uma final de Libertadores e submersos em escolhas estapafúrdias, que ameaçam transformar nossa temporada em uma grande frustração.

Acreditemos, porém, que possa haver uma reserva de bom senso, ambição e amor próprio para dar à sorte alguma chance de nos redimir.

Saudações Tricolores!