Crítica, sempre; violência, não (por TTP)

SEJA LUZ PARA O LUIS. COLABORE.

Muitas vezes nós, cronistas, temos de tocar nas feridas. Trazer à tona temas que vão causar todo tipo de reação.

Sei que poderei trazer sobre mim um festival de reações negativas e até mesmo ataques, mas cabe a alguém o papel de incitador, seja para o bem ou para o mal.

Eu tento pender para o bem. E por que afinal digo isso?

Porque acredito que precisamos rever nossos conceitos, nosso comportamento diante do próximo, e até de toda a sociedade.

Ver parte da torcida comemorar a suposta agressão contra o presidente Mário Bittencourt me deixa preocupado. Até mesmo aqueles que alegaram ser contra a violência, tentaram justificar ou relativizar o ocorrido.

Este é o mesmo comportamento dos membros de uma torcida organizada do Vasco que, pelas redes sociais no início do mês, ameaçaram torcedores do Fluminense. Nas postagens com várias ameaças de agressão, disseram “Pedro Scudieri deixou saudades”.

Pedro Lucas Scudieri, o Scudi, é o torcedor que, em fevereiro de 2017, foi agredido com barras de ferro por integrantes desta mesma torcida vascaina.

Hoje, cinco anos após a agressão, Scudi ainda não movimenta o lado esquerdo do corpo, não fica de pé, tem de se locomover com uso de cadeira de rodas, e mesmo conseguindo falar, depende do esforço do interlocutor para ser compreendido.

Em abril de 2021, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, absolveu três dos quatro acusados.

O caso Scudi parece não ter ensinado nada aos torcedores do Fluminense e do Vasco. Mas nós ainda temos a oportunidade de mudar nossa vida, através de novas atitudes.

Em tempo, de forma alguma estou tentando fazer uma equivalência das supostas agressões sofridas por Mário e as sofridas por Scudi. Mas o comportamento de comemorar agressões, seja contra quem for, não deve ser relativizado. Não podemos relativizar violência, racismo ou homofobia em nome de uma suposta paixão por um clube.

Mais uma vez eu convido todos vocês a debater estes temas indigestos. O bode já está na sala, o que faremos dele?