Corinthians 0 x 2 Fluminense (por Edgard FC)

Itaquera, Zona Leste da cidade de São Paulo, recebeu o confronto entre Corinthians e Fluminense, em momentos distintos. O Timão ainda sofrendo a rebordosa da derrota na final da Copa do Brasil e o Fluminense em incertezas, no âmbito político e nas escolhas do departamento de futebol.

A história do jogo esteve ao nosso lado, a do Tricolor. Estávamos completos e com o que temos de quase melhor para oferecer, menos alguns; já os donos da casa estavam muito desfalcados, sem seu atacante Yuri Alberto e sem boas opções, como Adson, além de ainda vivendo a preocupação com a permanência de seu treinador Vítor Pereira.

Com a bola rolando, os problemas se empilharam para o lado do nosso adversário. Gustavo Mosquito se lesionou e teve de sair nos primeiros instantes da partida, seria um jogador insinuante e de difícil marcação para o improvisado Calegari. O Fluminense com esse alívio e em momentos de lucidez, teve boa jogada com Arias, arrastando a bola e conquistando escanteio, cobrado por ele mesmo. A bola sobrou na área para o artilheiro Cano, que não enjeitou e marcou um a zero para o Tricolor, aos doze minutos.

O jogo ficou um pouco disputado a partir daí, mas o Fluminense manteve sua consistência, até que Renato Augusto também se lesionou e teve de sair de campo. Os caminhos ficariam ainda mais abertos para o Fluminense triunfar, mas não conseguia ampliar o marcador, enquanto o Corinthians não se organizava em campo. Parecia sentir todas as pressões em sua cabeça.

Um capítulo à parte foi Vuaden, árbitro que gosta de se sentir mais importante do que os jogos. Ele e Wagner Reway, comandante do VAR, pareciam estar alinhados em ignorar lances violentos e escandalosos, como uma entrada criminosa – mais uma – de Fágner em Calegari, além de levar na conversa um entrevero de Cássio com Cano. Por alguma provocação do artilheiro do Brasileirão, o melhor goleiro da mesma competição surtou e agrediu o pai do Lorenzo. Vuaden mostrou amarelo para os dois jogadores, além de entregar o amarelo a Felipe Melo que estava no banco de reservas fazendo das suas. Ao menos ele estará suspenso na próxima partida, pois estava pendurado neste quesito.

Com momentos polêmicos passados, sem sucesso para o time da casa, Martins substituiu Ganso, nitidamente esgotado em um dia ruim. O mais novo futuro ex-jogador do Fluminense colocou o jogo em polvorosa, chegando até a fazer um gol em posição de impedimento, além de participar das principais jogadas ofensivas e alegres do Fluminense.

Em jogada antológica que poderia ter acontecido há cinquenta ou sessenta anos atrás, Yago parou o pé sobre a bola, pedindo a ultrapassagem de um companheiro. Lucas Calegari foi, recebeu e cruzou de pé esquerdo, que não é o bom, para finalização primeira e de voleio de Cano, após o segundo poste, à la Van Basten. A bola sorrateira passou sob as bailarinas de Fábio Santos e fora do alcance de Cássio, explodindo o coração Tricolor no Brasil e no mundo: dois a zero, com direito a emoção.

Depois disso, o jogo se tornou protocolar, o Flu tentava arrancar um contra-ataque para matar a partida, enquanto o Corinthians passou a chuveirar as bolas, à espera de algum milagre, mas ele não veio. Ficou como estava.

Diniz fez o momento Jabaculense: embutiu em campo o enlatado Felipe Melo junto a Nathan, para as saídas de Martinelli e Cano, extenuado e glorificado. Antes disso, Cristiano havia entrado na vaga de Calegari; o jovem deixou o campo sentindo a musculatura, depois de ter feito grande partida. Ainda teria mais uma troca, mas o treinador preferiu não fazer. Uma pena, teria sido a chance de Alexsander entrar; pelo menos não fomos obrigados a ver Wellington, Alexandre Jesus ou outro nome intragável. Melhor assim.

O Fluminense se consolidou com o resultado no G5, pois a distância para o sexto colocado já é superior a duas vitórias de diferença. O foco deveria ser nesse final em já apontar caminhos para o futuro. Só espero que não seja desmanchar a espinha dorsal boa, formada hoje por Nino, André, Martinelli, Ganso, Arias e Cano, mas a verdade é que talvez sejam as últimas semanas que veremos essa galera unida com a camisa mais bonita do Brasil.