Continuo torcendo, Flu! (por Thiago Muniz)

Amigos e amigas tricolores;

Como diz Caetano Veloso:

“…Alguma coisa
Está fora da ordem
Fora da nova ordem
Mundial…”

Pois é… alguma coisa está fora da ordem no Fluminense. Um time que há quatro meses foi o campeão da América com um título incrível, está fora dos eixos atualmente, oscilando para baixo.

Do time titular da final contra o Boca Juniors, somente o capitão Nino se despediu do clube. O restante do plantel permaneceu e ainda por cima se ganhou reforços para a temporada. Algumas contratações duvidosas mas em caráter de rendimento a tendência seria uma melhora qualitativa. E até o momento isso não se concretizou.

Será que o técnico Fernando Diniz se perdeu nas escalações? Isso ficou visível na última partida contra o Flamengo. Com a suspensão de André, Diniz colocou Renato Augusto para ser base na saída de bola, nitidamente desacostumado com esse esquema apesar da alta qualidade técnica, mas necessita de tempo e muito treinamento para essa função. Com Ganso no meio-campo, perdemos o poder de marcação e ficamos o jogo inteiro vulneráveis.

Fernando Diniz definiu seu estilo de jogo como “aposicional”. Como a própria palavra indica, seus jogadores não tem posições fixas e nem mesmo o time tem um sistema tático identificável. O estilo de jogo do Flu de Diniz pode ser identificado pela forma como a equipe inicia a saída de bola, sempre com três diretrizes: troca de passes, movimentação dos jogadores e a intenção de atrair os adversários. O que mais diferencia o Diniz é o que ele consegue extrair dos jogadores dele. A gente tem muitos jogadores que chegam à mão dele, independentemente da idade, e vivem o melhor momento da sua carreira. Até aí, ok.

Houve contratações de jogadores do gol ao ataque, algumas na minha visão acertadas, outras extremamente duvidosas. Mas o que ficou claro é que, com o aumento do plantel, Diniz ficou um pouco perdido em seu trabalho. Para alguns técnicos isso seria um presente. Visando planejamento a médio e longo prazo, e se pensando no conceito de reposição de jogadores, será bom. Contudo, o técnico deverá trabalhar mais para aplicar o seu método de trabalho tático.

Na primeira partida da semifinal contra o Flamengo, Diniz não escondeu sua frustração após o Fluminense sofrer mais uma derrota. Em uma partida marcada pela superioridade do adversário, o Tricolor viu-se em dificuldades durante o jogo todo, culminando em críticas diretas do treinador à performance de sua equipe.

E o que esperaremos daqui pra frente? Com a semifinal ainda em aberto, Diniz precisa encontrar soluções para os problemas evidenciados neste clássico se quiser avançar à final. Com a volta de André, ganharemos mais poder de marcação e saída de bola, com um meio-campo mais encorpado junto com Martinelli. O ataque precisará ser acionado mais vezes e acredito que JK seja colocado como titular ao lado de Cano. Com Arias e Keno pelas pontas poderemos combater melhor o Flamengo na segunda partida.

Um ponto também que o Fluminense precisa avaliar é rejuvenescer mais o seu elenco. Não sou a favor de descartar todos os veteranos, mas precisamos repor setores vitais do campo com mais juventude. E o pior é que temos como fazer isso, porém não vemos na prática. Tivemos êxito com vários veteranos em 2023, mas não podemos usar como uma regra. A fisiologia não mente.

Sigamos torcendo para o Fluminense.

Grande abraço!