Como conseguirei trabalhar hoje?
Como se ao sair do elevador de casa para ir à padaria logo cedo, o porteiro vascaíno do prédio onde moro já me pergunta se estou nervoso?
Como, se no caminho de menos de 100 metros até a padaria, já cruzei com duas camisas tricolores e uma branca? (quatro com a minha também branca)
Como, se na mesa do café da manhã, eu junto o verde da toalha, o branco do miolo do pão francês e o grená da geleia de morango?
Como, se ao manter minha rotina matinal de correr os principais sites de notícias, somente busco manchetes e fotos tricolores?
Não quero saber de reunião de BRICS, novas taxações do Trump ou Haddad, enchentes no Texas, nem tampouco guerras na Ucrânia ou no Irã! Caramba! A bandeira do Irã é tricolor…
Como falarei aos meus clientes que não poderei marcar reuniões a partir das 15 horas de hoje? Sim, eu sei que o jogo só começará uma hora depois disso mas não sei como me concentrarei nas reuniões anteriores do dia, mesmo que sejam online. Como trocarei de camisa nestes momentos em que preciso estar profissionalmente focado no meu ganha-pão?
Como conseguirei trabalhar hoje se não paro de pensar em Oscar Cox e seus descendentes? Como eu gostaria de abraçá-los e agradecê-los por este momento único. Dizer-lhes que sua família abençoada nos deixou um legado de paz, esperança e vigor. Um legado que chegou ao meu pai e agora está com o meu filho. Ambos estarão ao meu lado hoje à tarde!
Chegou a hora dos vivos saírem de suas casas, dos doentes de suas camas e dos mortos de suas tumbas. Nada é melhor neste momento do que parafrasear o Profeta Tricolor. Nossa vocação para a eternidade nos distingue entre milhares. Entre milhões!
Não importa se venceremos pois, como diz meu mais antigo amigo da vida, Tonico Pereira Neto (*), o Fluminense sempre vence, mesmo na derrota.
Como conseguirei trabalhar hoje?
Saudações Tricolores
*Prefaciador do livro “Hoje é dia de Fluminense”
Como o Fluminense seria o Fluminense que é sem esse torcedor, historiador, escitor, esse tal de Osmar Lage?