Clube consciente, time confuso (por Paulo Rocha)

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A precipitada e inescrupulosa volta do futebol carioca em meio à pandemia escancarou a disparidade que existe no Fluminense atualmente. Enquanto a postura da diretoria tricolor mostra-se exemplar, priorizando a saúde e a vida das pessoas em detrimento a sórdidos interesses materiais, a equipe que nos representa dentro das quatro linhas segue confusa, sem esquema de jogo e sem um comando digno da tradição vencedora do nosso clube.

Temos visto ações fora de campo que nos enchem de orgulho. O posicionamento da diretoria em relação ao momento que vivemos, o esforço para honrar os vencimentos dos funcionários numa época de escassa obtenção de recursos, o planejamento de marketing que está motivando os torcedores a se associarem… Fatos que nos dão esperança de um Fluminense melhor, a médio prazo.

Agora, dentro de campo, a história é outra. A derrota para o Volta Redonda nos mostrou o quanto nosso planejamento para o futebol está equivocado. Em que pese o longo tempo de inatividade (que foi para todos os clubes, é bom lembrar), a falta de uma identidade segue gritante. Não temos esquema de jogo, proposta, estilo. Um bando. Um bando mal escalado e orientado, diga-se de passagem.

O que me deixa mais puto é que, tirando algumas posições (as laterais, por exemplo), temos material humano para, pelo menos, cumprir um papel digno na temporada. Ou seja, com um treinador decente conseguiríamos sonhar com conquistas dentro das nossas limitações atuais. Eu gostaria de ver Abel de volta ao comando – mas isso é uma opinião pessoal.

E não é só o treinador. O clube precisa de alguém para participar do dia a dia do grupo de jogadores e também para agir nos bastidores. Alguém tipo Alcides Antunes, se é que me entendem. Sem ninguém para preencher essa lacuna, as laranjas podres do elenco seguirão perpetuando sua influência, suas panelas, e os resultados dentro de campo jamais serão os que desejamos.

Nesta quinta-feira, enfrentaremos o Macaé, em Saquarema, pela última rodada da Taça Rio. Tomara que consigamos matar a saudade do nosso Fluminense, pois aquilo que vimos em campo domingo passado, no Engenhão, não era ele – e o técnico ainda teve a cara de pau de dizer que o time jogou bem! Que Fred faça seu primeiro gol após o retorno, vençamos e possamos esperar que a camisa tricolor possa superar a tudo e a todos mais uma vez.

Panorama Tricolor

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