Ainda sobre o clássico (por Manoel Stone)

Sábado passado, dois jovens usando camisas iguais com uma faixa atravessada no peito, passeavam por um local onde uma névoa estranha a eles, escondia maiores detalhes de onde estavam. De repente um deles grita para o outro: “Companheiro, achei uma coisa estranha aqui, me parece que é um ‘gol’, pega aí e vê se é mesmo. O outro ao receber o “objeto”, grita é sim! Achamos um gol!”. Eles não faziam ideia que encontrariam algo tão valioso, tal era a despretensão com que estavam “passeando” naquela noite. É assim mesmo: às vezes, essas “sortes” aparecem na vida das pessoas. São raras, mas acontecem…

Assim começou o clássico entre Flu e Vasco, e era tudo que a turma da faixa no peito sonhava, poder executar tudo que tinha planejado para aquela noite. Encostar a bunda nas traves que defendia, e fazer de tudo para manter a vantagem que encontraram caída no chão. A outra turma, a da camisa verde, branco e grená, fez de tudo, tentou tudo que puderam e depois de muito esforço conseguiu colocar uma pelota na casinha dos de faixa e deixar a coisa igual, resultado injusto, mas nem tudo na vida acaba com justiça…

Estava assistindo a todo esse cenário, sem a visão ampla de que está no local, mas com os detalhes nas cenas fechadas que, quem vê pelos sistemas óticos para ver de longe, termina tendo acesso. Me preocupou que naquela noite o comandante tricolor estava com aquele “olho parado”, que costuma apresentar quando está meio que sem solução para os problemas que consegue ver… Nessas vezes, as vezes faz besteiras. Ainda bem que recuperou um pouco o prejuízo e pelo menos recuperou o “objeto” perdido no primeiro minuto da peleja, deixando as coisas iguais ao início.

Quem tem culpa do acontecido? Afinal um gol não é coisa que se deixe caído no chão onde até o inimigo (e foi esse o caso) pode encontrar. Em minha opinião não existe um único culpado: aconteceu uma falta de foco geral, faltaram opções de passe para o Fábio, este tomou a decisão errada e, em vez de dar um chutão, tentou um passe difícil para Alexsander. O resultado foi o presente entregue ao adversário, nada mais e nada menos que isso.

O que seguiu foi a velha luta do futebol brasileiro para entrar e quebrar um ferrolho quando este é bem montado. E para o nosso Clube falta o chute a distância, não temos esse jogador, poucos tentam e sem sucesso, é uma falha que há bastante tempo existe em nosso elenco. Aí foi o martelar e martelar até o apito final.

Poderia falar sobre alguns posicionamentos errados, mas quase todos foram corrigidos e as substituições em sua maioria deram mais força ao ataque, mostrando algumas coisas como o fato que Marcelo e Felipe Melo não podem ser responsáveis por conter atacantes jovens e velozes, tanto que Felipe foi sacado logo e Marcelo teve que sair, pois correr atrás do Pec com certeza não é e nem nunca foi para ele. Com a bola nos pés é muito bom, mas na hora de ser o lateral defensivo, a coisa cai muito. Alexsander na posição dele é excelente, mas como estava jogando no primeiro tempo, bem avançado, se chocou muitas vezes com Cano. Já no segundo tempo recuou um pouco e foi brilhante como é normal.

Gostei muito de ver Ganso dando uma cabeçada excelente, e já o vi em jogo anterior tentar um chute forte a gol. Quem sabe ele volta a ser mais finalizador? Seria excelente.

Tudo isso é apenas mais um capítulo, semana que vem tem mais. Saudações Tricolores.