Círculo de tons (por Daniele Brandão)

(Antes de começar, o papo é em particular com você, amigue que vai ler estas linhas: se alguma delas te parecer ofensiva ou exagerada, me desculpe, porém é uma questão de vivência – a gente só fala com propriedade daquilo que conhece. Acrescente as suas vivências aí também!)

Se tem uma categoria singular neste mundo, é o torcedor, certo? Mais ou menos… Acredito que torcidas e fã-bases são muito parecidas em vários aspectos. E por fazer parte dos dois grupos, já vi tantas formas de se comportar que esta comparação merece uma explicação.

Torcer por um clube e admirar um artista lidam com uma coisa só: sentimento. E ele não funciona de maneira tão padronizada, como quem não vive estas situações pode imaginar. Isso é para mim como um círculo cromático.

Começando por aquele cidadão que voa abaixo do radar. Um tanto desinteressado, veste a camisa, mas para ele não faz diferença se o time perde ou não, pois sua vida vai seguir normalmente. Tampouco se preocupa com os jogos, se assistir um por mês talvez seja muito.

Depois, o que até gostaria de participar mais, mas não tem tanto tempo nem paciência.

Tem o que acompanha o máximo que pode, seja pela TV ou pelo rádio, ligado nas notícias e compartilhando conteúdo sem miséria; aí chega até a ser sócio. Sofre quando mora longe da sede, pois o que mata é não ter condiçõe$ para ir aos estádios fora…

Passando para o legítimo torcedor de arquibancada, que está sempre presente nos treinos e jogos, participando de debates vigorosos a qualquer hora.

E a evolução dos dois anteriores é o que investe pesado em viagens – várias por ano, até para fora do Brasil quando as competições favorecem – para ver as partidas, e não abre mão disso. Cobra dos outros meio indiretamente que tenham o mesmo nível de participação dele, pois quer o melhor para a instituição. O melhor dentro de seus termos, é claro.

Vem então o fanático treteiro, o que realmente passa a viver em função do time e chega a arrumar briga com a família e com os amigos, isso quando não é extremamente seletivo com as amizades e evita fazer contato com pessoas que amem outros clubes. Sobre “arrumar briga”, já entra no limiar de pôr a própria vida em risco.

Até terminar no fanático extremista… Este é o que impõe seu ponto de vista com ainda mais violência, tanto amor que se transforma em ódio não só contra os adversários mas também contra seus parceiros. Todo pensamento diferente do dele abre portas para a inimizade sem retorno ou coisas piores. Convém não negar a existência deste tipo, até porque ele sempre faz questão de esfregá-la na nossa cara – de uma forma não muito agradável, para ser simpática.

Um elo que une a todos estes atualmente é a internet e sabemos que através dela tanto surgem grandes parcerias quanto polêmicas incontroláveis. Paixão futebolística já é um terreno minado, mas a rede ajuda a implantar ainda mais bombas e nem sempre percebemos onde estamos pisando.

Em breve a gente aprofunda esta conversa.

ST!

Panorama Tricolor

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Imagem: etcor.com.br