É fácil descrever um craque. Fácil?
Um ídolo, nem tanto. Será?
Como decifrar os mil significados de uma legenda?
Castilho, que hoje completa 28 anos de seu último – e indesejado – voo, não se tornou apenas o jogador que mais vezes vestiu a camisa do Fluminense, o arquétipo do herói tricolor, o camisa 1 do Mundial de 1952, uma estátua imortal ou um colecionador de façanhas.
Até mesmo o gesto mais profundo e desesperado de amor e consideração ao Tricolor, quando ordenou a amputação do próprio dedo mínimo da mão esquerda, visando se recuperar mais rapidamente para voltar aos gramados, por mais impactante que seja, ainda é menor do que a sua figura.
Castilho significa ainda hoje a reunião das características essenciais do Fluminense: tradição, caráter, respeito, valorização da camisa, dedicação, superação.
Nem a morte lhe tirou a condição de vivíssimo: os mais jovens falam dele como se estivesse presente aqui, fosse uma presença familiar, um amigo, um irmão.
A imortalidade é para poucos. Os clássicos são eternos.
Castilho foi bem mais do que um ídolo. Tornou-se legenda. Um monstro. Um escudo do espírito.
@pauloandel