Carlos Alberto Torres, o Capitão (por Paulo-Roberto Andel)

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O PARADIGMA TRICOLOR

Quando comecei a entender quem eu era, com sete ou oito anos de idade, ele era o Capitão, com letra maiúscula.

O exemplo a ser seguido, o paradigma da vitória.

Anos antes, ao folhear o álbum de figurinhas que meu pai fazia, lá estava o Capitão erguendo a taça que era o orgulho nacional, e que os podres poderes jogaram numa fundição.

Carlos Alberto Torres, um dos maiores jogadores de todos os tempos.

O torcedor tricolor pode escolher.

Há o jovem Torres, menino e campeão em 1964 ao lado do incomparável Castilho.

Mais de dez anos depois, o atleta maduro, sob dúvidas, a seguir novamente consagrado como o líder da Máquina Tricolor – o mais famoso dos times que o Fluminense já escalou em campo na sua história. Ao lado de uma Seleção Brasileira inteira – assunto que ele entendia como ninguém -, Torres pavimentou o caminho para que um jovem craque tricolor da defesa seguisse suas mesmas trilhas: Edinho.

Em 1984, o treinador que herdou um timaço tricolor em momento conturbado, mostrou em público a “bolinha” do rival da Gávea e levou o Flu a mais um título monumental, do mesmo jeito que fizera quando era uma das feras do gramado.

Tal pai, tal filho: Alexandre Torres foi um dos notáveis zagueiros do Fluminense.

Desde então, Carlos Alberto treinou times, comentou futebol e foi tratado com reverência em todos os lugares por onde passou. Não bastasse ser quem era, ainda teve ao lado monstros como Gerson, Paulo Cézar, Tostão, Rivellino, Jairzinho e outros próceres da história do melhor futebol brasileiro que já vimos. Mas só ele marcou o mais espetacular gol de todas as finais de Copas do Mundo até hoje.

Carlos Alberto Torres ajuda os torcedores – e dirigentes – mais jovens do Fluminense a entender quando muitos cobram da equipe, da diretoria e do clube. Ele foi uma das sementes que as nossas três cores plantaram no futebol do planeta. Garra, talento, ímpeto, atitude, postura. Nunca se encolheu em intempéries, enfrentou todos os obstáculos de forma destemida e ainda ofereceu um show que continuará para sempre.

Outro dia eu era um garoto admirando sua fotografia num álbum de figurinhas. Era o Capitão do Tri, o líder da Máquina, meu botão e objeto de admiração. Precisamos trabalhar desde hoje para que os garotos de 2056 tenham o mesmo sentimento ao virem jogadores em fotos com a camisa do Fluminense.

Carlos Alberto Torres, o paradigma da vitória, o paradigma tricolor.

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Panorama Tricolor

@PanoramaTri @pauloandel

Imagem: ffc e google

Colaborou o escritor Valterson Botelho