A cara de 2018 (por Ise Cavalieri)

Mal 2017 havia terminado, a sensação de que o ano seguinte não seria fácil já estava tomando conta dos pensamentos.

Ano novo e, ao invés da esperança renovada, o sentimento com mais força tem sido o de desânimo e tristeza.

O lado racional diz para deixar o futebol de lado pelo menos esse ano, afim de sofrer menos, mas o lado emocional, que deve compor pelo menos uns 90% do DNA de um torcedor, não tem permitido. Afinal, mesmo com tudo tão ruim, o coração de um fanático sempre espera o melhor.

Os dias não têm sido nada fáceis: está ruim no campo, nas arquibancadas e na administração. No gramado, um elenco que consegue ser mais limitado do que 2017. E eu que não achei ser possível, mas as coisas infelizmente sempre podem piorar…

Além dos problemas que vínhamos enfrentando no setor defensivo, agora se estende para o ataque, com a saída de quem ainda víamos esperança. Os jogadores vêm e vão e o Fluminense continuará eterno, mas, queiram ou não, Henrique Dourado fará falta. Um jogador que honrou e respeitou a camisa do clube e que não deve ser julgado pela sua escolha: saiu como homem e pela porta da frente. Embora alguns torcedores levem apenas o lado da paixão em conta e usem também com argumento o alto salário, o fato é que jogador é um empregado como qualquer outro e, assim como possui deveres, também tem seus direitos, como o de receber em dia, de ter condições de trabalho, além de respeito e infelizmente nisso, temos pecado bastante.

Espero que os pensamentos do mesmo estejam abertos para uma possível volta, em uma gestão diferente, afim de conquistarmos títulos e vivermos de volta uma boa era. Ele merecia isso, nós merecemos isso.

Além disso, Abel parece perdido, além de visivelmente abatido. O técnico que, embora errasse às vezes, era frequentemente visto exigindo sempre o melhor dos jogadores, prova que em muitas vezes o time entrava no segundo tempo com uma postura totalmente diferente. Hoje em dia parece se conformar com as atuações pífias e ainda consegue ver coisas boas. Como isso é possível? Posso estar enganada, mas à vezes parece permanecer no comando do Fluminense apenas por gratidão à torcida pelo apoio no momento mais difícil da sua vida. De qualquer forma, fica a minha torcida para que as coisas melhorem…

Nas arquibancadas, a torcida desanimada e cada vez menos comprometida com a ida aos jogos, o que não tiro a razão; afinal, é o mesmo desânimo que venho sentido. Talvez o que ainda segure a minha presença, seja a instituição centenária. Ao ver o torcedor com medo de um possível rebaixamento no campeonato carioca, é perceptível o banco afundando cada vez mais.

E por fim, a administração cada vez mais desanimadora. Deixo claro que nunca apoiei A ou B, nem mesmo em época de eleições presidenciais, porém os elogios e críticas serão voltadas a quem está a frente do clube, seja quem for. O pensamento de luz no fim do túnel, seja o tão finalmente patrocinador master e as presentes e futuras contratações, além de não termos mais que abrir sites e jornais e darmos de cara com mais uma vez com o Fluminense devendo salários e outros direitos, jogadores forçando a saída da casa, além de processos e outras dores de cabeça, sujando a imagem do clube.

Enfim, meu desejo esse ano é o mais simples possível: o de ver o Fluminense jogar.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @iseffc

#JuntosPeloFlu

Imagem: ise