Brilho (por Lennon Pereira)

FLOO

Eis que na calada da noite, escondido às vinte e uma horas de um sábado de lua crescente, entra em campo, para enfrentar a Lusa paulistana, nosso amado escrete tricolor.

O momento pode não ser dos mais festivos e gloriosos, mas é inegável aos olhos humanos que nosso novo uniforme laranja estilo “marca texto” brilha acintosamente à luz dos refletores. Se a intenção do patrocinador era de chocar, conseguiu. Tive quase que colocar óculos escuros, para não ter a visão ofuscada e assim conseguir assistir a peleja.

Brilho no uniforme, apagão na bola. O time começou sonolento e sem inspiração. O primeiro tempo não foi dos melhores e para piorar nossa defesa voltou a cometer falhas bisonhas como a que originou o gol da limitada e aplicada equipe da Portuguesa.

Fim do primeiro tempo e muitos já andavam imaginando que poderia se repetir o pesadelo do jogo contra o Santos. Mas o verdadeiro brilho estava por vir.

Muita vontade, muita doação e entrega e uma noite inspirada da dupla Rafael Sobis e Wagner. O segundo, tendo finalmente a oportunidade de jogar como quarto homem de meio campo, posição na qual se destacou pela raposa, parece que voltará a jogar seu verdadeiro e insinuante futebol. Sempre vi Wagner como ponta de lança, mais um atacante, daqueles que jogam de frente para o gol. Espero que o futuro e a sequencia endossem minhas palavras e esperanças.

Rafael Sobis brilhou, lutou e foi a personalidade do time. Um bombardeio contra o gol de Lauro e até Edinho apareceu atacando e finalizando como homem surpresa (talvez seja uma prova irrefutável da existência divina).

Um pênalti bem marcado e muito bem batido! Isso mesmo! Pênalti bem batido é aquele que termina nas redes. O resto é papo furado e romantismo de carpideiras e viúvas mal amadas.

Pressão total, metade inspiração metade transpiração e Wagner escora para as redes, meio sem querer, ao melhor estilo Dadá Maravilha, ou Tulio, ou Washington, ou Ézio, como queiram. A bola bateu nele, ou ele tropeçou nela, não importa. Bola na rede, 2×1 no placar, vitória garantida e mais três pontos para a conta, é isso que fica, o resto é assunto para cronista ter o que fazer.

Quatro jogos sem derrotas, décimo-segundo lugar na tabela, outros times à frente muito perto, recuperação da esperança e da fé em dias melhores.

Vamos para Criciúma tentar arrancar lá mais alguns pontinhos heroicos.

Espero que Jean volte logo e que Cavalieri continue com seus milagres.

Até a próxima

Saudações

Panorama Tricolor

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Couceiro, Santa Ana, Botelho, Janot, Garcez & Andel – a literatura tricolor em sua apoteose. Em instantes.