Boa sorte, Marcão! (por CH Barros)

O conturbado universo tricolor, a cada dia, surpreende a torcida do Flu com uma novidade. Só nesta semana, afora os problemas estruturais de sempre, vejamos: a) saída de Odair; b) saída de Digão; c) entrada de Marcão. Tudo isso conseguiu abafar a grande e merecida vitória obtida no final de semana, sobre o Athletico, por obra da proporção e magnitude dos fatos. Ficaria longo e cansativo se eu fosse analisá-los um a um, numa só coluna. Logo, decidi apenas ponderar sobre a primeira troca de treinadores que presenciamos neste 2020.

Sim, para a alegria, tristeza ou indiferença de uns, a era Odair chegou ao fim. Com altos e baixos, teimosias e momentos desagradáveis, não digo que ele saiu das Laranjeiras com a missão cumprida, pelo menos nas competições mata-mata. Sob seu comando, vimos as chances de faturar a Copa do Brasil, Sul Americana e Carioca ir embora – de modo infeliz e prematuro, ressalte-se –, afinal, poderíamos ter rendimentos melhores e, além disso, ter granjeado bons lucros através das passagens de fase – o que faz uma tremenda falta aos cofres do clube.

Contudo, no Brasileirão, Hellmann, com todas as ressalvas, deixou-nos numa boa posição e, assim, não colocou um pepino nas mãos de Marcão. Estar em quinto lugar faltando treze rodadas para o fim do Brasileirão passa uma certa tranquilidade. Dessa forma, ele poderá trabalhar calmamente e pôr em prática seus conhecimentos, ensinando-os aos jogadores.

Sinceramente, não constato nenhuma outra figura capaz de manter o bom momento tricolor que não seja a de Marcão. Além de inteligente, possui uma característica essencial: é tricolor. Ama o clube e tem sangue nos olhos, algo raro quando observamos os últimos treinadores que passaram em Álvaro Chaves. Creio que ele, melhor do que nas outras oportunidades que teve, conseguirá passar aos jogadores o tamanho e a dimensão da nossa camisa, o quão ela é importante e precisa estar no topo, entre os grandes.

Num momento como o atual, onde a internet tricolor é bombardeada de frivolidades – e contêm, pasmem, momentos terríveis rodeados até mesmo de mentiras –, ter um técnico sábio, humilde e tricolor à beira do campo é fundamental, uma vez que isso, sem dúvidas, afeta o andamento do time em campo. Vejo em Marcão a serenidade essencial para conduzir o Fluminense à Libertadores e mantê-lo no páreo. Todavia, nenhum mar de rosas foi ou está sendo prometido. Os erros virão e isso faz parte do ser humano, da vida. O que não pode acontecer é a insistência no erro, algo explícito em Odair – daí o motivo de atribuí-lo o adjetivo “teimoso”. Marcão é uma grande aposta, mas devemos compreender que todos necessitam de tempo: ele é o melhor remédio. Precisamos dá-lo a Marcão, assim estaremos depositando confiança e encorajando-o para mais essa missão à frente do Fluminense.

Que ele possa aproveitá-la e nos dar muitas alegrias daqui por diante. Todxs merecemos – leia-se, os verdadeiros torcedores do Fluminense Football Club.