Bet: prudência, mas sem omissão (Paulo-Roberto Andel)

Embora não seja necessariamente uma surpresa, o escândalo que envolve jogadores e acertos para apostas no futebol do Brasil é repugnante da mesma forma.

O gramado é nosso campo de sonhos mas, fora dele, muita coisa está fora da ordem.

Treinadores que são forçados a escalar jogadores de empresários, jogadores que são também empresários, dirigentes que enriquecem às custas de tenebrosas transações para os clubes, jogadores discutíveis contratados como craques (dando comissão a muita gente).

É certo que há muitas provas robustas que comprometem vários jogadores citados em relatórios neste momento. Conversas explícitas por WhatsApp. Mas, antes de qualquer coisa, que as investigações realmente provem os crimes.

Para um país que praticamente se alimenta da sanha justiceira, todo cuidado é pouco.

Agora, não dá para fingir que nada está acontecendo. Está sim e é muito grave. As providências e imprudências praticadas precisam ser enérgicas e definitivas. Nem o escândalo da Loteria Esportiva em 1982 parecia ter provas tão evidentes quanto as de agora.

Novamente: é preciso muito cuidado antes de se estabelecer pré julgamentos e linchamentos morais, mas é impossível continuar o Brasileiro sem agir de forma definitiva a respeito das combinações de lances e até resultados.