Avaí 0 x 3 Fluminense (por Marcelo Savioli)

Amigos, amigas, por alguma razão, cuja analogia não tem muita coisa de familiaridade, lembrei-me de um jogo de 2010, na Ressacada, quando o Fluminense derrotou o Avaí pelo mesmo placar de 3 a 0 de hoje.

Naquela época, o Fluminense começava uma arrancada para assumir a liderança do Campeonato Brasileiro, jogando um futebol em ritmo alucinante, sob o comando de Muricy. Era o ano de 2010, que terminaria na celebração do tricampeonato brasileiro.

O jogo de hoje, ao que tudo indica, não faz parte de arrancada alguma para coisa nenhuma. O que temos é uma defesa de uma posição que nos garanta vaga na fase de grupos da Libertadores do ano que vem.

Em que pese a fragilidade notória do adversário, o Fluminense apresentou inúmeros momentos de sua melhor performance. O terceiro gol, marcado por Martinelli, é a prova inconteste.

Não obstante, incomoda muito que o time tenha, mais uma vez, começado o jogo disperso, meio alienado, cometendo erros e cedendo oportunidades ao adversário. É um mistério a ser desvendado, porque é algo que reincide em nossas apresentações.

Fato, no entanto, é que superamos, aos poucos, a instabilidade tática, e fomos mostrando lampejos do nosso futebol, o que foi suficiente para controlar a partida e fazer dois gols no primeiro tempo. O primeiro, numa iniciativa brilhante de Yago, que deveria ter culminado em um golaço, ao encobrir o goleiro, mas, como Cano é daquele tipo de pessoa que deixa o pão cair no chão e a manteiga cai virada para cima, a bola caprichosamente bateu no travessão, sobrando para o artilheiro só empurrar para as redes.

Veio depois o gol de David Braz, escorando de cabeça uma cobrança de escanteio de John Árias. O pobre Avaí estava aparentemente liquidado, mas andou dando trabalho no início da segunda etapa, até obrigando Fábio a fazer uma grande defesa, mas o desequilíbrio técnico e tático logo cobrou seu preço. O Fluminense recobrou o controle do meio de campo e, num lance do melhor Dinizball, marcou o terceiro, com Martinelli se apresentando na área para finalizar o Avaí.

Pouco, doravante, aconteceu em campo, exceto as mudanças de Diniz, que nada acrescentaram ao espetáculo, ao contrário, o empobrecendo. Mas isso é algo com que já estamos acostumados, embora inconformados.

A analisar, a mudança de paradigmas, com a entrada de Yago no lugar de Matheus Martins, com o time, em tese, jogando mais no 4-4-2. Sabemos que esse tipo de análise não funciona muito na visão de Diniz, mas o fortalecimento do meio de campo foi positivo para que tivéssemos mais controle do jogo, porque Yago, nós sabemos, é um jogador de muita intensidade, que facilitou muito o trabalho dos demais meias, deixando a marcação catarinense meio vendida, assim como sua criação comprometida.

Vamos que vamos, porque o próximo jogo é contra o Botafogo. Acredito que nossa torcida, motivada pelo jogo de hoje, lotará o Maracanã, menos pelo prêmio de consolação, que é a vaga na fase de grupos da Libertadores, que pela expectativa de ver na arquibancada o futebol que encantou o Brasil, e que hoje se fez presente em alguns momentos.

Saudações Tricolores!