As surpresas no fim do Brasileirão (por TTP)

Às vezes, no futebol o protagonista não é quem levanta o troféu, mas aquele que influencia na disputa alheia.

O Fluminense entra na reta decisiva do Brasileirão 2025 como aquele personagem que não está na festa para ser o homenageado — mas pode decidir quem recebe o brinde final.

E isso, convenhamos, carrega um certo prazer quase malicioso.

A sequência é daquelas que faz qualquer torcedor criar teorias e conspirações antes da bola rolar: Cruzeiro, Flamengo e Palmeiras.
É praticamente a santíssima trindade que comanda o campeonato inteiro. Um disputa o topo, outro se segura na marra, outro não aceita ser privado da chance de levantar o troféu.

E no meio disso tudo… o Fluminense.

O Fluminense, esse clube que parece gostar de ser coadjuvante. Quando esperam tranquilidade, ele se estressa. Quando esperam caos, ele dança valsa. Quando dizem que não mais disputa nada, ele resolve que, se não vai ganhar, vai pelo menos decidir quem não ganha.

Não é exagero: cada ponto daqui em diante pode virar título — ou desespero.

O Cruzeiro sabe: se tropeça no Fluminense, tropeça olhando para cima e vendo a altura ficar impossível de se escalar.

O clássico contra o Flamengo dispensa explicação. Não importa posição, temporada, estado emocional ou se o Everaldo não chuta, Fla-Flu nunca é só Fla-Flu. Se o Flamengo ficar longe do topo graças ao Tricolor, o mundo acaba.

E contra o Palmeiras? Bom… aí a conversa ganha outro contorno.

O Palmeiras é o time da organização, do projeto, do “90 minutos são tempo suficiente para gente fazer chover se precisar”. Já o Fluminense é o time do fazemos tudo o mais errado possível e mais um pouco, e ainda assim, as coisas teimam em dar certo. Em duelos assim, tudo pode acontecer.

No fim, fica a pergunta: o Fluminense vai decidir o campeonato?

Pode. E não por arrogância, mas porque o futebol tem dessas ironias esquisitas, às vezes, quem está fora da briga tem a liberdade que os postulantes à taça não têm.

O Fluminense pode jogar livre, leve e solto, enquanto os outros jogam com o peso de saber que cada ponto perdido pode custar caro.

O título de campeão pode não ficar nas Laranjeiras, mas quem quiser vencer, terá de pedir benção por cá.

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